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Com desconto nos fundos, Capitânia (CPTI11) anuncia recompra de cotas 

O fundo Capitânia (CPTI11) tem 40 mil cotistas, com giro médio diário na B3 de R$ 4 milhões e um PL de R$ 1,3 bilhão

Foto: CanvaPro
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As atualizações em projeções de juros junto com uma forte reprecificação nos fundos imobiliários e de infraestrutura fez a Capitânia lançar um programa de recompra de 4% das cotas do Capitânia Infra FIC FIRF IE (CPTI11).

No intervalo dos próximos três meses, a previsão é que o veículo faça uso de cerca de R$ 50 milhões no programa, e as cotas serão canceladas. Esse modelo se assemelha às recompras de ações para melhorar o retorno dos acionistas, porém seu uso é menos comum nos fundos.

As cotas negociam atualmente com um desconto de 15% em relação ao valor patrimonial, que é de R$ 95/cota, segundo o “Pipeline”.

“Indiretamente, seria algo como o próprio CPTI11 recomprar sua cesta de ativos, de mais de 70 diferentes emissores, a uma rentabilidade líquida acima de IPCA mais 12,5% ao ano”, afirmou  Arturo Profili, sócio da Capitânia. 

“É uma forma de criar valor para o cotista, mesmo que a gente corte na carne da gestora, já que reduz o tamanho do fundo e o AUM da gestora”, prosseguiu.

Na avaliação de Profili, essa seria uma das razões para que as gestoras recorram menos a essa alternativa, no entanto, à medida que as casas se preocupam em manter um histórico de rentabilidade, isso pode ficar mais comum – para conseguir voltar à captação com outros produtos.

O fundo tem 40 mil cotistas, com giro médio diário na B3 de R$ 4 milhões e um PL de R$ 1,3 bilhão. A Capitânia tem cerca de R$ 20 bilhões sob gestão.

Fundos de pensão têm perdas de R$ 12,5 bi com private equity

Após a vitória do Brasil na briga contra a hiperinflação, há 20 anos atrás, os fundos de pensão começaram a investir em PE (private equity) e VC (venture capital). Porém, dos 168 fundos de PE e VC que receberam recursos dos fundos de pensão nesse intervalo, cerca de 46% tiveram prejuízo acumulado de R$ 12,5 bilhões. 

Alguns fundos, mais precisamente 11 deles, chegaram à situação de patrimônio líquido negativo. Geralmente, a promessa desses produtos é de retorno acima de 20% ao ano, o que apenas 12% dos 168 fundos conseguiram cumprir, segundo dados da Pebay (Private Equity Bay), uma plataforma de inteligência especializada em private equity.

O estudo da empresa considerou apenas os fundos lançados entre 2002 e 2021, com capital comprometido superior a R$ 4 milhões. Os FoFs foram desconsiderados, segundo o “InfoMoney”.

Quanto às características que esses fundos têm em comum, a Pebay citou que os produtos lançados por gestores novatos foram responsáveis por R$ 5 bilhões (40%) das perdas – um ponto relevante nisso é que mais da metade deles investiu em um único ativo. 

“É natural que nas fases iniciais de desenvolvimento da indústria houvesse pouca experiência acumulada. Mesmo nos mercados maduros há muitas novas gestoras sendo lançadas. Porém a seleção de gestoras novatas exige certos cuidados que talvez os fundos de pensão à época não tivessem ciência”, diz o relatório, segundo o veículo de notícias.

Gestoras com experiência geram outros R$ 2,8 bilhões de prejuízo aos fundos. Além disso, os fundos de pensão também utilizaram de FIPs – que acumulam perdas de R$ 2,4 bilhões – para investir no mercado de PE/VC, sem um gestor especializado.