As commodities chegaram à marca histórica no Brasil, de janeiro a setembro deste ano, de 69,7% do valor total exportado. No mesmo período de 2020, foi registrado o número de 69,7%. Com isso, o nível de 2021 está quase dez pontos percentuais acima do de 2019, de 60,6%.
Os dados foram apresentados pelo Indicador de Comércio Exterior (Icomex), do Instituto Brasileiro da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), antecipado pelo Valor Econômico.
A pesquisa mostra ainda que ao longo das duas décadas ocorreu concentração da exportação em cada vez menos produtos. Conforme ressaltado, a pandemia do novo coronavírus foi um fator que impulsionou o debate em relação à necessidade de mudanças estruturais.
As novas modificações estruturais a partir do pós-pandemia estabelecem incertezas relacionadas a se o atual avanço das commodities permanecerá, porém é pouco provável que a parcela fique abaixo dos 60% das exportações no médio prazo, segundo a pesquisadora associada do FGV Ibre, Lia Valls.
Entretanto, mesmo diante da aceleração recente, o avanço das commodities nas exportações aconteceu de maneira consistente. Em 2001, estes correspondiam a 37,4%, no intervalo de janeiro a setembro. Já em 2009, a parcela alcançou 54,5%. Atualmente, as exportações totais crescem, porém embarques de commodities crescem em um ritmo acelerado. De janeiro a setembro de 2021, os preços médios de exportação foram elevados a 30,6%, um aumento do volume de 4,1%.
O Icomex destaca também que a exportação de commodities agropecuárias e minerais é uma vantagem para o Brasil, garantindo saldos comerciais elevados, o que pode proporcionar uma dependência desses produtos é um risco de dependência excessiva