O dólar elevado e a possibilidade de uma economia relativamente “morna” em 2025 podem limitar as importações de aço no Brasil. A afirmação é de analistas, que apontam que esses fatores, somados à prorrogação pelo governo brasileiro das cotas tarifárias sobre o aço em junho, deverão contrabalançar outras tendências globais para o produto.
Na contramão, o esperado aumento de tarifas pelo governo norte-americano deve levar a China a redistribuir a já criticada sobreoferta de aço para exportação. Essas duas forças ilustram o cenário para a commodity no Brasil em 2025.
As principais empresas de aço que operam no território nacional têm condenado os altos volumes de importação registrados em 2024. Segundo o Citi, as importações aumentaram 41% em outubro na comparação com o mesmo período de 2023.
“As vendas domésticas estão subindo 17% na comparação anual e 9% no acumulado de 2024 até outubro, mas a pressão das importações limita um aumento de preços”, afirmou o banco, de acordo com o Valor Econômico. “Os preços de aços longos mostraram alguma melhora nos últimos meses, enquanto os preços de aços planos permanecem pressionados pelas importações”, acrescentou.
Dólar segue em disparada e bate R$ 6,10, repercutindo pacote fiscal
Após renovar a máxima histórica na véspera, chegando aos R$ 6, o dólar segue em disparada nesta sexta-feira (29). Às 10h45 (horário de Brasília), a moeda norte-americana bateu R$ 6,1040, em alta de 1,47%.
Especialistas consultados pelo BP Money atribuíram ao pacote fiscal a culpa pela subida da moeda. Segundo eles, ao focar em isenções e taxação quando o cenário exige medidas de corte de gastos, o governo aumentou a desconfiança do mercado em relação ao fiscal.
“Sem medidas claras que reforcem o compromisso com o equilíbrio fiscal e que gerem confiança, a tendência é que o mercado continue a precificar um cenário de risco elevado, o que torna ainda mais desafiadora a recuperação econômica das empresas no país”, disse João Kepler, CEO da Equity Fund Group.