Apesar do cenário de crédito desfavorável no agronegócio, as emissões de Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) atingiram R$ 521,1 milhões em setembro, o segundo maior volume de 2024, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (28) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O mercado vem registrando um aumento de casos de recuperação judicial de empresas do setor, com destaque para o pedido da distribuidora de insumos Agrogalaxy em setembro, que impactou as cotas dos Fiagros na Bolsa de Valores brasileira com quedas de até 35%.
Segundo a Serasa Experian, o número de pedidos de recuperação judicial entre produtores rurais, pessoas jurídicas, aumentou 40,6% no segundo trimestre de 2024, totalizando 121 casos.
Ainda de acordo com a Anbima, o volume de emissões em setembro só ficou atrás de julho, quando foi registrado um total de R$ 652,6 milhões, conforme informações do “Valor”.
AgroGalaxy (AGXY3): Fiagros acumulam perdas de dois dígitos
Um mês após o pedido de recuperação judicial da AgroGalaxy (AGXY3), os Fiagros (Fundos de Investimentos nas Cadeias Agroindustriais) expostos aos CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) da empresa acumulam perdas de dois dígitos.
A AgroGalaxy relatou uma dívida superior a R$ 4,6 bilhões quando entrou com um pedido de RJ, em 18 de setembro. A empresa é uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas do Brasil.
O fundo mais afetado, de acordo com o “Broadcast+”, foi o CPTR11, com 7,08% de seu patrimônio líquido exposto aos CRAs da AgroGalaxy. Esse Fiagro registrou queda de 20,39% no último mês.
As perdas expressivas acompanharam também outros Fiagros como o AGRX11 (5,50% de exposição) que caiu 17,50%, e o BBGO11 (4,78%) que desvalorizou 16,44%.
Enquanto isso, o XPCA11 (7,95%) recuou 17,61%, e o JGPX11 (8,00%) perdeu 12,97%. Já o AAZQ11 (4,25%) expressou queda de 13,92%.