Às vésperas do anúncio das tarifas recíprocas dos EUA, prometido para 2 de abril, e em meio às novas ameaças de sanções ao petróleo russo por Donald Trump, os investidores buscam ativos de maior segurança, impulsionando os contratos futuros de ouro para suas máximas históricas, após dois pregões consecutivos de alta.
No fechamento desta segunda-feira (31), os contratos futuros de ouro para abril avançaram 1,17%, a US$ 3.122,80 por onça-troy, na Comex, divisão de metais preciosos da Nymex. A máxima intradiária foi de US$ 3.132,50.
Também nesta segunda-feira, Trump ameaçou impor tarifas secundárias a compradores de petróleo russo, além de alertar o Irã sobre uma possível ação militar caso o país não chegue a um acordo sobre seu programa nuclear.
“A guerra comercial cada vez mais profunda ameaça interromper as cadeias de suprimentos internacionais, prejudicando o crescimento em vários setores. Isso, por sua vez, criou uma atitude de aversão ao risco entre os investidores, levando dinheiro para ativos percebidos como seguros, como os metais preciosos”, disse Frank Watson, analista da Kinesis Money, de acordo com o Valor.
Ouro prevê novas altas e continua valioso, avalia especialista
O mercado de renda fixa está atrativo com o aumento das taxas de juros mundo a fora. Apesar de garantirem alta rentabilidade no atual cenário, um outro ativo ganhou as manchetes com sequências ainda maiores de altas em sua série histórica: o Ouro.
Apesar de baixa, títulos públicos ainda são vítimas de oscilações diárias. Pensados como investimentos a longo prazo, o mercado de renda fixa sinaliza uma mudança de comportamento à medida que órgãos monetários observam uma desaceleração na economia.
Segundo o economista da Top Gain, Bruno Cotrim, o ouro continua valioso porque ele continua tendo uma oscilação menor do que as taxas de juros, logo é um ativo de proteção. Quando há receio de uma economia estagnada a proteção vem no ouro.