
A forte alta que o ouro vem registrando recentemente não é apenas “hype”, mas deve persistir nos próximos pregões. A avaliação foi feita por Lina Thomas, estrategista de commodities do Goldman Sachs Research.
“O rally continua baseado em fundamentos, não em frenesi”, disse ela, de acordo com o InfoMoney.
O preço do ouro disparou 65% em 2025 em meio às incertezas econômicas geradas pelas tarifas impostas por Donald Trump, o que levou à depreciação do dólar e favoreceu a busca pelo metal como porto seguro.
Na última sexta-feira (17), o ativo atingiu um novo recorde de aproximadamente US$ 4.242 por onça troy (28,35 gramas), impulsionado pelo avanço das tensões comerciais entre EUA e China. Além disso, as discussões sobre um possível corte de juros também seguem no radar e contribuem para o movimento de alta.
Os bancos centrais continuam ampliando suas reservas de ouro, em uma tentativa de reduzir a exposição ao dólar.
O Goldman Sachs projeta que o metal pode chegar a US$ 4.900 até o final de 2026.
O ouro como porto seguro
Apesar de o ouro ser frequentemente visto como uma proteção sem capacidade de gerar juros ou dividendos, ele é considerado um porto seguro frente às volatilidades macroeconômicas, por ser uma commodity finita e de alto valor atribuído.
A recente “febre do ouro” levou até mesmo Wall Street a ceder, ainda que relutantemente, ao interesse dos investidores pelo metal.
O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, que normalmente não adquire ouro nem incentiva outros a fazê-lo, mudou de opinião recentemente.
“Esta é uma das poucas vezes na minha vida em que é semi-racional ter algum ouro em seu portfólio”, declarou ele à editora-chefe da Fortune, Alyson Shontell, durante a conferência Most Powerful Women.