
Os contratos futuros de petróleo registraram seu quarto pregão consecutivo de queda, à medida que a guerra comercial entre os EUA e a China avança. Esse é o movimento de baixa mais amplo desde 2 de abril, conhecido como “Liberation Day” — quando Donald Trump anunciou as tarifas recíprocas —, e aponta que o mercado tem precificado probabilidades maiores de recessão. As afirmações são dos estrategistas de commodities do ING, Warren Paterson e Ewa Manthey.
No fechamento, o petróleo tipo Brent para junho caiu 2,16%, a US$ 62,82 por barril, na ICE. Já o WTI para maio recuou 1,85%, a US$ 59,58 por barril, na Nymex.
Os contratos da commodity ensaiaram um movimento de alta pela manhã, mas a escalada das tensões comerciais — envolvendo novas movimentações de Trump e a retaliação chinesa nesta terça-feira (8) — pressionou os preços do petróleo.
“A desaceleração na atividade de perfuração dos EUA pode oferecer algum suporte suave para o mercado. Esperamos que os preços atuais do WTI levem a uma retração na perfuração. Isso acabará se refletindo em um crescimento mais lento da oferta e, potencialmente, até mesmo em um declínio na produção de petróleo dos EUA”, disseram os estrategistas, de acordo com o Valor.
Commodities: petróleo sob influência dos EUA pode ser vilão da Bolsa
O recente anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, preocupou os mercados e quase todos os setores — incluindo as commodities, em especial o petróleo, que é uma fonte de energia essencial para o transporte global.
Com isso, a tese de especialistas ouvidos pelo BP Money é que a nova leva de tarifas elevou os temores de recessão nos EUA. A justificativa é que taxas altas equivalem a inflação forte, o que reduz o consumo. “O mercado já começou a precificar essa menor demanda futura e, mesmo diante de cortes de produção e tensões no Oriente Médio, o risco de desaceleração econômica pesou mais, levando à queda nos preços da commodity”, comentou Angelo Belitardo, gestor da Hike Capital.
Na última quarta-feira (2), após o fechamento do mercado, Trump anunciou — com muita empolgação e uma grande tabela — as tão faladas “tarifas recíprocas”, na ordem de 10% a 49% sobre exportações para todos os EUA. Como consequência, os mercados financeiros acabaram operando no vermelho, salvo alguns países. O petróleo seguiu o caminho da queda.