Confiança de serviços tem queda em junho; percepção atual piora

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) apresentou uma variação relativamente estável em junho, com uma queda de -0,2 ponto, atingindo 94,0 pontos, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas nesta quinta-feira (27). Em médias móveis trimestrais, o índice variou -0,6 ponto.

De acordo com Stéfano Pacini, economista do FGV/Ibre, o primeiro semestre terminou com uma queda na confiança, e o resultado de junho reforçou a percepção de que o setor tem perdido fôlego nos últimos meses, com resultados particularmente negativos na situação presente.

“Apesar do resultado disseminado de melhora nas expectativas, os empresários avaliam piora no nível da demanda, exceto no setor de serviços prestados às famílias. O segundo semestre ainda é incerto quanto ao futuro dos negócios, que, apesar da melhora dos índices de expectativas, se mantém distante de um patamar de otimismo”, disse o economista em nota.

Confiança de serviços

Ele destaca que o cenário macroeconômico atual mostra uma interrupção no ciclo de queda da taxa de juros, enquanto os resultados positivos no emprego e na renda podem ser fatores importantes para impulsionar a recuperação da confiança do setor.

Em junho, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) refletiu variações opostas em seus dois componentes principais.

O Índice de Situação Atual (ISA-S) registrou uma queda de 2,9 pontos, alcançando 94,4 pontos, o menor nível desde maio do ano passado (92,3 pontos). Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-S) apresentou um avanço de 2,4 pontos, chegando a 93,7 pontos, após dois meses consecutivos de queda.

A queda do indicador da situação atual foi influenciada tanto pelo indicador de volume de demanda atual, que caiu 3,1 pontos, atingindo 94,6 pontos, quanto pelo indicador de situação presente dos negócios, que recuou 2,8 pontos, alcançando 94,1 pontos. Ambos os indicadores registraram os menores níveis desde maio de 2023.

IPCA-15: prévia da inflação desacelera para 0,39% em junho

O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou uma alta de 0,39% nos preços em junho, segundo informou o IBGE (Instituto Brasilero de Geografia e Estatística) na manhã desta quarta-feira (26).

O índice, considerado o medidor oficial da inflação teve sua alta refletida pelo grupo de alimentos e bebidas, que apresentou um avanço de 0,98%, com um impacto de 0,21 ponto percentual (p.p.) no indicador.

Ainda assim, os dados deste mês demonstram redução na elevação dos preços, frente à maio, quando o índice apresentou um salto de 0,44%.