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Confiança do consumidor volta a cair em novembro, informa FGV/Ibre

Segundo a economista Anna Carolina Gouveia, incerteza está maior entre as famílias de renda mais baixa, com pessimismo sobre emprego

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou uma queda de 0,2 ponto em novembro, atingindo 93,0 pontos, de acordo com os dados divulgados pelo FGV/Ibre nesta sexta-feira (24). Em médias móveis trimestrais, o índice apresentou uma diminuição de 1,3 ponto, alcançando 94,4 pontos, marcando a segunda retração mensal consecutiva.

No mês de novembro, a moderação da confiança foi impactada pela estabilidade das avaliações tanto em relação à situação atual quanto nas perspectivas para os próximos meses.

O Índice da Situação Atual (ISA) registrou sua segunda queda consecutiva, diminuindo 0,4 ponto e atingindo 82,1 pontos. Enquanto isso, o Índice de Expectativas (IE) permaneceu relativamente estável, variando apenas -0,1 ponto e alcançando 100,8 pontos.

Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre, os números foram heterogêneos entre as faixas de renda.

“Há uma queda intensa na confiança dos consumidores de classes de renda baixa, recuperação das faixas intermediárias e estabilidade na classe mais alta. Essas diferenças parecem estar relacionados a uma maior dificuldade financeira dessas famílias, perspectivas mais pessimistas em relação ao emprego, com forte impacto na situação financeira futura e na sua capacidade de comprar bens duráveis”, comentou em nota.

Dentre os componentes do ICC, aquele que avalia as perspectivas para as finanças familiares futuras foi o principal responsável pela redução da confiança no mês, registrando uma queda de 3,2 pontos e atingindo 93,7 pontos, marcando o menor nível desde novembro de 2022 (92,5 pontos).

Recuo no ICC

Conforme indicado pelo FGV/Ibre, também foi percebida uma deterioração no indicador que avalia as perspectivas sobre a situação futura da economia, registrando uma queda de 0,3 ponto e atingindo 110,9 pontos. Este é também o nível mais baixo desde novembro de 2022, quando estava em 110,6 pontos.

Somente o ímpeto de compras de bens duráveis registrou um desempenho positivo no mês, aumentando 3,0 pontos e alcançando 97,7 pontos. Isso compensou o resultado do IE-C, contribuindo para a estabilidade geral.

Apenas o ímpeto de compras de bens duráveis apresentou resultado positivo no mês, ao avançar 3,0 pontos, para 97,7 pontos, contrabalanceando o resultado do IE-C para uma estabilidade.

No que diz respeito às variáveis que avaliam a situação no momento presente, o indicador que mensura a avaliação sobre a situação econômica teve uma redução de 0,8 ponto, atingindo 90,6 pontos, o nível mais baixo desde julho deste ano (87,1 pontos). Enquanto isso, a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias permaneceu estável em 73,9 pontos.