Com os juros ainda altos, vale a pena fazer consórcios?
Taxa de juros elevada / Freepik

Com a elevação dos juros, muitos consumidores estão reconsiderando suas opções de financiamento. Entre elas, o consórcio surge como uma alternativa atraente.

Mas será que vale a pena investir em consórcios com os juros ainda elevados? Para responder a essa pergunta, é importante entender o que são consórcios e em que contextos macroeconômicos eles se tornam vantajosos.

O que são Consórcios?

Os consórcios são grupos de pessoas ou empresas que se unem para formar uma poupança coletiva, destinada à compra de bens ou serviços.

Cada participante paga mensalmente uma parcela, e a cada mês, um ou mais participantes são contemplados por sorteio ou lance, recebendo o valor necessário para a aquisição do bem.

Vantagens e custos dos consórcios

Segundo Octávio Gomes, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, “o consórcio voltou a ser um produto muito atrativo devido às altas taxas de juros de financiamento, mas devemos levar em consideração alguns pontos ao optar por este produto”.

Gomes destaca que o consórcio ajuda na disciplina financeira, funcionando como uma poupança forçada e permitindo o financiamento de 100% do bem, ao contrário dos financiamentos tradicionais que geralmente cobrem até 80%.

Ivana Rabelo, especialista em consórcios e sócia da Matriz Capital, reforça essa visão: “No consórcio o cliente não paga juros. Temos a taxa de administração que é a única remuneração da administradora, regulamentada pelo Banco Central, ficando assim bem mais acessível e atrativas ao cliente”.

Os custos principais incluem a taxa de administração e o fundo de reserva. “Essas taxas de administração são a partir de 12% no período diluído no prazo contratado”, explica Rabelo.

Gomes complementa que “a taxa de administração é o custo que mantém o grupo em funcionamento, custeando toda a manutenção e administração do emissor do consórcio”.

Vantagens em comparação com financiamentos

Gomes destaca que o principal atrativo seria o custo baixo se comparado às taxas de juros, “além de existir uma possibilidade de programação quando o comprador se planeja antecipadamente para a compra de um bem ou serviço”. Ele também aponta que o consórcio não tem taxa de adesão e permite a contemplação antecipada, seja por lance ou sorteio.

Para Rabelo, ao contrário das linhas de financiamento, o “consórcio não conta com a incidência de juros, além disso não haverá cobranças de parcelas intermediárias, valor de entrada e taxa de análise de crédito (TAC)”.

Ela acrescenta que o consórcio é ideal para quem pode programar sua compra ou tem disponibilidade de recursos para lances mais imediatos.

Cuidados ao fazer um consórcio

Gomes aconselha calcular uma parcela que caiba no orçamento e estar atento à taxa de administração.

“Outro fator a se levar em consideração é a taxa de administração do consórcio que está sendo contratado”, diz ele.

Rabelo enfatiza a importância de escolher empresas conceituadas: “O principal cuidado é procurar empresas conceituadas no mercado, como por exemplo a Matriz Capital, que trabalha com bastante transparência e grandes administradoras, sendo essas regulamentadas e fiscalizadas pelo Banco Central”.

Em um contexto de juros altos, os consórcios podem ser uma alternativa viável e econômica para adquirir bens de alto valor. Eles oferecem a vantagem de não ter juros e possibilitam a disciplina financeira através de uma poupança forçada.

No entanto, é fundamental que o interessado escolha bem a administradora e calcule cuidadosamente o impacto das parcelas no seu orçamento. Como ressaltam os especialistas, a decisão pelo consórcio deve ser bem planejada para garantir que ele seja uma ferramenta eficaz e econômica de aquisição.