O conselho de administração da Copel (CPLE6) deliberou, nesta segunda-feira (10), pela permissão do processo que permite a transformação da empresa em sociedade com capital disperso e sem acionista controlador, ou seja, uma corporação..
Na prática, este é mais um passo dado em direção à privatização da estatal. A assembleia encaminhou determinações sobre itens importantes na pauta, como o aumento do capital social, golden share (ação de classe especial de titularidade do Estado do Paraná, que visa garantir os investimentos da Copel Distribuição, principal braço da companhia), limitou o poder de voto de qualquer acionista a no máximo 10% e excluiu os dispositivos da lei das estatais.
“Foi aprovada pela assembleia geral dos acionistas o novo estatuto da Copel Corporation. Foi aprovado o aumento do capital social para que ela possa fazer sua operação primária, aprovamos o golden share, ação de classe especial de titularidade do Estado do Paraná, que visa garantir os investimentos da Copel Distribuição, aprovou o limite de 10% do capital, aprovou o poison pill [que manterá a Copel como uma empresa de controle disperso] e a exclusão dos dispositivos da lei das estatais”, disse o CEO da empresa, Daniel Slaviero, em entrevista ao jornal “Valor Econômico”.
Os próximos passos incluem a aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) do valor estabelecido de R$ 3,71 bilhões para o pagamento do bônus de outorga para a renovação da concessão de três usinas hidrelétricas da Copel. Falta também a definição do preço mínimo do preço de venda das ações pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE), além do wave para debenturistas.
O Estado pretende diluir na operação para 10% do capital ordinário (hoje são 69,7%) e para 15% do capital total, ante a participação atual de 31,1%. Além disso, terá uma ação de classe especial, golden share, com poder de veto, que visa garantir os investimentos da Copel Distribuição, principal braço da companhia.
Copel: BNDES pede retirada da discussão sobre Novo Mercado no AGE
A Copel comunicou ao mercado neste domingo (9) que seu acionista BNDESPar, pediu para que a empresa retirasse da pauta da assembleia geral extraordinária (AGE) os debates referentes a migração da Copel para o Novo Mercado da B3 (B3SA3) e eventual conversão de ações preferenciais em ordinárias.
De acordo com a Copel, a solicitação do BNDESPar não interfere nas outras ordens da assembleia agendada para esta segunda-feira (10), principalmente na proposta de privatização da elétrica paranaense através de sua transformação em uma companhia de capital disperso e sem acionista controlador.
“A companhia esclarece que a AGE, quando instalada, deliberará sobre a retirada dos itens do Novo Mercado da ordem do dia”, informou o comunicado.