A Copel (CPLE6) deve lançar sua oferta subsequente de ações, o “follow-on”, entre esta terça-feira (25) ou quarta-feira (26), que visa privatizar a companhia de acordo com o “Valor Econômico”. O lançamento da operação ocorre “coberta”, ou seja, com demanda de investidores âncoras, incluindo estrangeiros, segundo o jornal.
Nesse sentido, a precificação da oferta da Copel, que culminará ao final na privatização, ainda segundo o Valor, deverá ocorrer no dia 8 de agosto. Sendo assim, a companhia aguarda o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) até o dia 2 de agosto, que é o prazo regimental para o órgão dar sua opinião referente o valor de R$ 3,71 bilhões definido pelos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda pela outorga das usinas Salto Caxias, Segredo e Foz do Areia, ativos somam 4.176 megawatts (MW) de capacidade instalada.
Vale destacar que a oferta será secundária, isto é, com o Estado do Paraná vendendo parte de sua participação acionária, saindo assim do controle. O anúncio do plano do governo do Paraná em privatizar a Copel, aconteceu em um contexto de que seria para levantar recursos para financiar um pacote de investimentos.
Além disso, está prevista uma tranche primária, que resultará em injeção de capital no caixa da empresa e também servirá para pagar a União o bônus de outorga para renovação das concessões. O total da oferta deverá girar em torno de R$ 5 bilhões, conforme antecipou o Valor em abril. O humor do mercado está mudando com a expectativa de corte de juros, o que ajuda no acesso aos recursos.
Os coordenadores da oferta secundária são, o BTG Pactual, Itaú BBA, Bradesco BBI, UBS BB e Morgan Stanley. O Estado pretende diluir na operação para 10% do capital ordinário (hoje são 69,7%) e para 15% do capital total, ante a participação atual de 31,1%. Além disso, terá uma ação de classe especial, “golden share”, com poder de veto, que visa garantir os investimentos da Copel Distribuição, principal braço da companhia.
BNDES se posiciona contrário ao controle dos acionistas
Na votação do novo estatuto da Copel, o BNDES se posicionou de forma contrária à adoção da “poison pill”, que impede que acionistas tomem controle da companhia. Vale destacar que, o banco, que votou contra o processo, detém cerca de 24% do capital da estatal.
Em nota, o banco afirmou entender que o modelo de “corporation” proposto para a Copel, restringindo direitos políticos dos acionistas em no máximo 10% do valor representativo do capital social, “pode levar a um desequilíbrio dos interesses dos acionistas minoritários” da companhia.
Antes da reunião, o banco também havia pedido que a Copel retirasse de pauta discussões sobre migração para o Novo Mercado da B3, “por entender que tal mecanismo diluiria os interesses econômicos e políticos” do banco na companhia.
“A BNDESPar é acionista minoritária da companhia e considera a Copel uma empresa estratégica, que administra um monopólio natural fundamental para a segurança energética da região”, destacou o banco em nota divulgada na véspera.