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Copom está ‘acima de tudo’ atuando dependente de dados, diz diretor do BC

“Temos o benefício de haver três divulgações de IPCA entre a última reunião do Copom e a próxima”, afirmou Gabriel Galípolo

Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central (BC), declarou nesta sexta-feira (1 que o Comitê de Política Monetária (Copom) está primordialmente tomando decisões com base em dados econômicos. Ele fez essas declarações durante uma transmissão ao vivo organizada pela Bradesco Asset Management.

“Temos o benefício de, entre esse [último] Copom e o próximo, haver três divulgações de IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)”, afirmou.

Durante a transmissão, Galípolo ressaltou a importância de o comitê analisar os impactos da atividade econômica na inflação, assim como o comportamento dos núcleos, que são medidas que excluem itens com preços mais voláteis e respondem mais à política monetária. Ele também mencionou que não apenas o Banco Central do Brasil, mas também outras autoridades monetárias, estão adotando uma postura mais dependente de dados neste momento.

Ele afirmou que a estratégia implementada pelo Copom de sinalizar cortes de 0,5 ponto percentual para as próximas reuniões, apesar de apresentar riscos, foi eficaz ao reduzir a volatilidade dos preços.

Brasil e EUA

De acordo com o diretor do BC, os dados de inflação divulgados nos EUA esta semana reforçam a direção proposta pelo Copom e a importância de agir com cautela na gestão da taxa Selic. Ele observou que os números divulgados nos EUA indicaram uma inflação mais elevada do que o previsto, alinhando-se com a comunicação do Fed, o banco central americano, que está considerando adiar os cortes na taxa básica de juros para depois de março.

Galípolo também destacou que o diferencial da taxa de juros entre Brasil e Estados Unidos “está se aproximando de zona baixa historicamente”. Mas afirmou que, na comparação com “alternativas de investimentos”, a opção pelo Brasil “ainda mostra” um cenário positivo. Ele disse que o real vem apresentando “bom comportamento” e que “temos visto redução da volatilidade” dos preços em geral no Brasil, quando há mudanças de cenários nos Estados Unidos.

O diretor lembrou, no entanto, que o Copom não trabalha com “meta de diferencial de juros” e sim com meta de inflação.

Em outro contexto, ele ressaltou que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, continua sendo uma referência importante para as autoridades monetárias, mas também considera a situação de outras economias emergentes. O diretor mencionou, por exemplo, uma possível desaceleração do influxo de capitais para a China atualmente. Segundo ele, o Brasil poderia se destacar como uma alternativa para atrair investimentos, dependendo de fatores como a sorte e a política econômica.

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