Manutenção da Selic

Copom não passou mensagem de que estaria pronto para reagir, diz BBA

O banco avaliou que o comunicado do Copom adotou um tom cauteloso e vigilante, mas não forneceu sinais claros de que o comitê esteja considerando uma reação mais robusta

Copom
Ata do Copom / Foto: Divulgação

Após a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de manter a taxa Selic em 10,5%, o Itaú BBA antecipou que esse deverá ser o nível de juros até o final do ano.

No entanto, diante das pressões inflacionárias e da desancoragem das expectativas, o banco observou que “a declaração não parece ser uma mensagem de um comitê que esteja pronto para reagir, pelo menos não por ora”.

O banco avaliou que o comunicado do Copom adotou um tom cauteloso e vigilante, mas não forneceu sinais claros de que o comitê esteja considerando uma reação mais robusta, como um possível aumento na taxa de juros.

Portanto, as expectativas de economistas, analistas e investidores se concentram na divulgação da ata, prevista para 6 de agosto, que deverá detalhar as discussões e as motivações por trás da decisão do colegiado.

“Esperamos que a taxa básica permaneça inalterada até o final do ano em 10,50% a.a., embora com preocupações crescentes sobre se este nível será suficiente para promover convergência”, apontou o documento elaborado por Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú BBA.

Copom: tom “hawkish” eleva temor sobre alta da Selic

Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) anunciou nesta quarta-feira (31) sua decisão de manter a Selic (taxa básica de juros) em 10,50% ao ano. O destaque foi a resistência da inflação e economistas avaliam possibilidade de elevação da taxa.

O resultado não foi uma surpresa para o mercado, que já apostava em uma postura mais cautelosa do Comitê.

O cenário externo e interno não está favorável para a redução da taxa, visto que, como reforçou o anúncio, os bancos centrais ao redor do mundo estão em “menor sincronia nos ciclos de política monetária”.

Para o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, a menção do Copom a “ficar mais vigilante no futuro, se as variáveis de mercado pioraram, ou as expectativas de inflação pioraram”, indica um aumento de juros.

“Ficar mais vigilante pode ser lido como vai subir juros, acho que não tem outra maneira de ler isso”, avaliou.

“Além disso, os membros passam a mirar o primeiro trimestre de 2026, com uma inflação estimada, no cenário deles, de 3.2%, acima portanto da meta de 3%”, disse Gala.

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