O clima entre os analistas é de euforia na véspera do anúncio do Índice de Preços ao Consumidor (Consumer Price Index, CPI em inglês), indicador que mede a inflação dos EUA. O CPI é divulgado mensalmente pelo Bureau of Labor Statistics (BLS) e mostra a mudança de preços de bens e serviços consumidos pelas famílias.
De acordo com especialistas ouvidos pelo BP Money, o resultado, que será divulgado às 9h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (12), deve trazer uma redução significativa na inflação norte-americana. O CFA e co-fundador da Quantzed, Marcelo Oliveira, enxerga um arrefecimento na inflação no mundo, a exemplo da Europa, China e Brasil, e acredita que com os EUA não será diferente.
“Alguns países soltaram números abaixo do esperado, mas ainda não tão relevantes. Acredito que o CPI tenha alguma chance de vir com um número mais baixo, ainda não tão afetado pela alta do petróleo nesse número de março”, avalia.
Já o analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, aposta que a projeção de queda de 6% para 5,2%, seja alcançada, o que pode ser capaz de gerar uma onda de otimismo nas bolsas mundo afora.
“Temos uma grande chance de quando o mercado divulgar isso, a gente ter uma volatilidade aqui na nossa bolsa e no mundo todo bem alta, porque o CPI é um indicador bem importante, um dos mais importantes do mundo, e quando é divulgado, as bolsas costumam ter uma reação muito exagerada”, pontuou.
Apesar de otimismo, números no CPI ainda não devem influenciar queda de juros
Já em relação à taxa de juros, que será anunciada pelo FED (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) no dia 3 de maio, os analistas avaliam que os números positivos da inflação não devem, por enquanto, influenciar a queda nos juros.
“Acredito que o FED não mude muito ainda a postura e virá com 25 pontos base na próxima, que seria a última alta desse ano a princípio”, disse Marcelo Oliveira.
“A gente já teve uma queda gradativa no emprego, mas ainda assim o emprego mostra um mercado aquecido nos EUA, mas em queda. Então, se a gente consegue ter uma boa notícia em relação ao CPI realmente caindo conforme o esperado, ou até caindo mais do que isso, a gente pode ter um impacto sim na próxima decisão de juros do FED no mês de de maio”, avaliou Cohen.
“Minha expectativa é que o FED não mude no curto prazo. Acho que ele ainda está fazendo o trabalho dele. O que muda entre o remédio e o veneno é a dose, como diz o ditado, mas eu acho que a dose ainda é de remédio e ainda deve manter aí uma leve alta pelo menos de 0,20 nos juros na próxima reunião. Aí depois sim pode ser que o FED pare de subir por um tempo e se ele realmente perceber que a inflação bateu no topo, aí sim começar a cair o juros. Mas acho que ainda tem muito chão pra rolar”, completou o especialista.