Mercado

CPI nos EUA sobe 0,3% em dezembro e fecha o ano em 3,4%

O núcleo da inflação, que exclui as variações de alimentos e energia, registrou um aumento mensal de 0,3%, mantendo-se estável em relação a novembro, enquanto o avanço anual nessa leitura foi de 3,9%.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA registrou um aumento de 0,3% em dezembro, seguindo uma leve elevação de 0,1% em novembro, de acordo com dados ajustados sazonalmente divulgados pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos nesta quinta-feira (11). No acumulado do ano passado, a taxa foi de 3,4%.

O dado veio acima das expectativas, pois o consenso de analistas da LSEG projetava uma variação de 0,2% na leitura mensal e uma inflação de 3,2% na base anual.

O núcleo da inflação, que exclui as variações de alimentos e energia, registrou um aumento mensal de 0,3%, mantendo-se estável em relação a novembro, enquanto o avanço anual nessa leitura foi de 3,9%.

Visão dos analistas

Para o analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, os dados vieram um pouco acima do esperado, mas não muito acima tanto no anual quanto mensal. No acumulado do ano, a gente teve 3,4% de avanço contra 3,2% de esperado. “Um pouco acima, não é muito acima. E no mensal, a gente teve 0,3% de aumento contra 0,2%, que era o esperado. De qualquer forma, esses dados já foram acima do mês passado e da base do ano passado também. Já era esperado vir acima. E veio também acima do esperado. Então é importante ter isso em mente”, explicou.

“O mais importante, na minha opinão, é o núcleo”, ressalta Cohen. “O núcleo do CPI, que é o mais utilizado para o FED decidir alguma coisa, veio em linha com o esperado em 0,3%. Então, no final das contas, nenhuma alta fora do normal. Na hora, a volatilidade foi muito alta. A bolsa fez mínima”, afirmou o analista.

Em relação ao mercado, para Cohen, isso não considerado como um impacto em mudança na próxima decisão do FED. ” Para o Brasil, o que pode atrapalhar um pouco são os dados do IPCA, que vieram acima do esperado. Mas por enquanto, para EUA, continuo acreditando em um cenário de queda de juros nesse primeiro semestre”, finalizou.

Por outro lado, o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, pontuou que, apesar do FOMC normalmente não colocar muito peso em apenas um indicador mensal, o número marginalmente acima das projeções (e ainda longe da meta de 2%) para a inflação de dezembro deverá ser interpretado pelo mercado como um sinal de que as chances dos cortes de juros iniciarem ainda no primeiro trimestre diminuíram.

“Em conjunto com os fortes indicadores do mercado de trabalho divulgados na semana passada, inflação girando ainda perto dos 4% possivelmente farão alguns revisarem suas expectativas de cortes de juros para o final do semestre ou para a segunda metade do ano”, afirmou Igliori. “Depois de uma maior convicção de que os juros estavam prestes a começar a cair, a realidade é que iniciamos o ano com as possibilidades em aberto. Os mercados devem se ajustar e a volatilidade permanecerá elevada”, concluiu o economista.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile