Credit Suisse pagou empréstimo de governo suíço, diz ministra

Não foi informado ao mercado, quando o banco pegou de empréstimo do governo

A ministra das Finanças da Suíça, Karin Keller-Sutter, disse em entrevista à emissora SRF, que o Credit Suisse pagou o empréstimo com ajuda do governo suíço.

Entretanto, o Credit Suisse não divulgou quanto pegou emprestado sob uma linha de emergência que as autoridades suíças estenderam ao banco em março deste ano, quando o Credit Suisse enfrentava forte movimento de saques de recursos.

De acordo com a Reuters, o banco havia emprestado 70 bilhões de francos suíços da linha de 100 bilhões. Keller-Sutter disse que os fundos sacados do instrumento já foram totalmente reembolsados.

O Credit Suisse informou no balanço do primeiro trimestre desde ano, que usou fundos do Banco Nacional da Suíça, no entanto, não detalhou quanto e quais linhas de crédito havia usado.

Nesse sentido, como parte do resgate do Credit Suisse, que incluiu a venda do banco para o rival UBS, a instituição teve acesso a mais de 200 bilhões de francos em suporte de liquidez, 100 bilhões dos quais foram apoiados pelo governo suíço.

 

UBS e Credit Suisse

Em comunicado emitido nesta quinta-feira (25), a Comissão Europeia informou a aprovação de forma incondicional a fusão entre os bancos Credit Suisse e o UBS. 

Segundo o parecer do órgão executivo da União Europeia, a transação não suscitaria problemas de concorrência no Espaço Econômico Europeu (EEE), que abrange a Suíça, que não é integrante da UE.

Na avaliação da Comissão, “a empresa resultante continuará enfrentando uma notável concorrência da parte de uma ampla gama” de empresas do setor financeiro, “incluindo importantes bancos globais e fortes atores locais” nos Estados-membros do bloco.

Acordo de compra

Em março, o banco UBS acertou a compra do Credit Suisse pelo valor de mais de US$ 3,5 bilhões.A compra do banco suíço pelo UBS será realizada por meio de transação de ações, por um valor que corresponde a 50 centavos de franco por ação – o dobro da proposta anterior feita pelo UBS. Na sexta-feira (17), as ações do Credit Suisse estavam cotadas a 1,86 franco.

A oferta inicial do UBS para comprar o Credit Suisse havia sido de US$ 1 bilhão, equivalente a 0,25 centavos de franco por ação. Como o valor foi considerado baixo pelo banco suíço, o UBS “dobrou a aposta” e o acordo foi finalmente firmado, após três dias de negociações.

De acordo com o presidente do conselho de administração do UBS, Colm Kelleher, o negócio foi “atraente para os acionistas do UBS”. “Mas, sejamos claros, no que diz respeito ao Credit Suisse, trata-se de um resgate de emergência”, declarou em nota enviada à imprensa.

Já para o presidente do conselho de diretores do Credit Suisse, Axel P. Lehmann, a fusão anunciada representa o melhor resultado possível para o banco.

“Este tem sido um momento extremamente desafiador para o Credit Suisse e, embora a equipe tenha trabalhado incansavelmente para resolver muitos problemas significativos e executar sua nova estratégia, somos forçados a chegar a uma solução hoje que forneça um resultado duradouro”, explicou Lehmann.

A combinação resultará em uma instituição financeira unificada com US$ 5 trilhões em ativos. Além disso, o UBS destaca que com a fusão com o Credit Suisse, permanecerá “bem capitalizado” e espera uma taxa anual de redução de custos de mais de US$ 8 bilhões até 2027.