Credit Suisse recebe ajuda de US$ 54 bilhões para evitar crise global

Banco anunciou que tomará empréstimo do banco central da Suíça

O Credit Suisse anunciou, nesta quinta-feira (16), que fará um empréstimo junto ao banco central da Suiça de até 54 bilhões de dólares. A medida chega para reforçar a liquidez e a confiança dos investidores, depois que a queda em suas ações intensificou os temores sobre uma crise bancária global.

Após o comunicado, as ações do Credit Suisse aumentaram 24% e ajudou a reverter algumas das pesadas perdas nas bolsas de valores. Esta é a primeira vez que um grande banco global recebe ajuda emergencial desde a crise financeira de 2008. 

O segundo maior banco da Suíça disse que exercerá uma opção de empréstimo de até 50 bilhões de francos suíços (54 bilhões de dólares) junto ao banco central. A ação se tornou possível depois que as autoridades da Suiça garantiram que o Credit atendeu “aos requisitos de capital e liquidez impostos a bancos sistemicamente importantes” e de que ele poderia acessar a liquidez do banco central.

Especialistas acreditam que as medidas darão tempo ao credor suíço para realizar sua reestruturação.

Enquanto suas ações se recuperavam, o custo de segurar a exposição à dívida do Credit Suisse despencou. Os credit default swaps (CDS) de cinco anos caíram 128 pontos-base, para 1.016 pontos-base desde o fechamento de quarta-feira, após atingirem máximas recordes naquele dia.

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Equipe econômica monitora crise no Credit Suisse

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, em rápida conversa com jornalistas nesta quarta-feira (15), que a equipe econômica está acompanhando os desdobramentos da crise no banco Credit Suisse, que afeta o mercado financeiro de todo o planeta. Haddad informou que ele e a equipe estão em contato com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para avaliar possíveis impactos sobre o Brasil.

Na terça (14), a instituição financeira suíça revelou ter identificado “debilidades significativas” em seus procedimentos de contabilidade e de controle nos últimos dois anos, o que levou à queda das ações. As bolsas europeias tiveram o pior dia em um ano.

As turbulências no Credit Suisse ocorrem dias após dois o Silicon Valey Bank (SVB) e o Signature Bank, ligados a startups do setor tecnológico falirem, o que tem gerado instabilidade no mercado financeiro desde o fim da semana passada.