O mercado de criptomoedas abriu setembro em retração. O Bitcoin (BTC) permanece cotado em torno de US$ 109 mil, após acumular perdas na última semana. O movimento reforça o chamado “Red September”, período historicamente marcado por quedas no setor.
Segundo dados de mercado, o recuo das últimas 24 horas foi de aproximadamente 1,15%, com destaque para o Ethereum (ETH), negociado em US$ 4.383, e o XRP, a US$ 2,73. O sentimento geral está em zona de medo, influenciado pela combinação entre inflação nos EUA, juros globais elevados e tensões comerciais internacionais.
Fatores que explicam a queda do Bitcoin
Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, destacou que a retração está ligada ao esvaziamento do interesse institucional. “O mercado vem operando com baixo fluxo institucional e isso pesa no curto prazo. O vencimento de US$ 751 milhões em ETFs cripto em agosto também contribuiu para a lateralização”, disse.
De acordo com Prado, as preocupações com os dados de inflação norte-americana e a política monetária global adicionam pressão sobre os preços.
Atuação das baleias e impacto nos preços
Apesar do cenário, grandes investidores voltaram a atuar em níveis de US$ 108 mil. “Observamos um aumento no número de endereços com mais de 100 BTC, alcançando um recorde histórico. Isso indica que baleias seguem acumulando, mesmo com a pressão vendedora de curto prazo”, afirmou Prado.
Ainda assim, a realização de lucros e a ausência de gatilhos positivos mantêm o Bitcoin dentro de uma faixa estreita de negociação.
Análise técnica e projeções
Do ponto de vista gráfico, Prado explicou que os indicadores sugerem cautela. “O MACD semanal aponta para transição de tendência negativa. Há risco de o Bitcoin buscar a região dos US$ 107 mil se a pressão vendedora persistir”, afirmou.
De acordo com ele, a possibilidade de um repique não está descartada. “Se houver corte de juros ou aumento da liquidez institucional, o ativo pode reagir e buscar patamares mais altos.”
Perspectivas para setembro
Para o executivo, o desempenho das criptomoedas ao longo do mês dependerá da reação dos investidores às decisões de política monetária dos EUA e aos dados macroeconômicos.
“O mercado acompanha com atenção os próximos movimentos do Federal Reserve e os fluxos institucionais. Dessa forma, esses fatores serão decisivos para definir se o Bitcoin terá espaço para recuperação”, avaliou.
No horizonte, Prado destacou ainda que algumas narrativas seguem atraindo capital. “Staking, métricas on-chain e projetos de infraestrutura continuam no radar, assim como altcoins que podem se beneficiar do avanço regulatório e institucional”, concluiu.