
O Bitcoin iniciou o dia com queda de aproximadamente 2%, sendo negociado na faixa dos US$ 105 mil. O movimento reflete um cenário global mais cauteloso, influenciado por incertezas macroeconômicas e fatores geopolíticos que reacendem a aversão ao risco entre investidores.
Entre os principais pontos de atenção está a reativação de tarifas comerciais pelos Estados Unidos e as dúvidas sobre os próximos passos da política monetária americana. A expectativa em torno do índice PCE — um dos indicadores de inflação mais acompanhados pelo Federal Reserve — também está no radar do mercado.
Segundo Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, “o mercado está reagindo a um conjunto de fatores que aumentam a sensibilidade dos ativos de risco. O Bitcoin, como termômetro desse apetite, sente os impactos com intensidade.”
Opções de Bitcoin e ETFs influenciam o movimento de preço
Outro fator que adicionou instabilidade foi o vencimento de cerca de US$ 11,5 bilhões em opções de Bitcoin. Essa liquidação tende a aumentar a volatilidade de curto prazo e reforça a cautela dos investidores.
Além disso, os ETFs spot de Bitcoin nos EUA registraram saídas líquidas de US$ 385 milhões, interrompendo uma sequência recente de entradas positivas. Prado destaca que “o fluxo de capital dos ETFs mostra uma rotação em curso. Há sinais de que parte desses recursos pode estar migrando para os produtos de Ethereum.”
Análise técnica do Bitcoin: suporte e resistência no radar
Do ponto de vista técnico, indicadores como RSI e MACD apontam para um possível prolongamento do movimento de correção. “A zona entre US$ 100 mil e US$ 108 mil deve continuar funcionando como faixa de consolidação. Sendo assim, a perda desse suporte pode levar o preço para US$ 94 mil. Por outro lado, uma recuperação acima dos US$ 108 mil abre espaço para buscar os US$ 112 mil”, avalia Prado.
Apesar da instabilidade de curto prazo, o cenário de longo prazo mantém fundamentos positivos. A adoção institucional e o interesse corporativo pelo setor seguem avançando, o que sustenta o potencial de valorização futura.
Em suma, Prado ressalta que “mesmo em fases de correção, os fundamentos do Bitcoin não mudam. Dessa forma, o mercado está em constante transformação, e a gestão de risco se torna ainda mais relevante neste momento.”