
O presidente Donald Trump anunciou, na última qunta-feira (6), a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin e outros ativos digitais por meio de uma ordem executiva, antes de uma cúpula sobre criptomoedas na Casa Branca.
Em um evento com representantes do setor, Trump declarou que seu objetivo é transformar os EUA na capital mundial dos ativos digitais, afirmando que sua administração está tomando “uma ação histórica” para cumprir essa meta.
O presidente também informou que as agências federais conduzirão um inventário para identificar todos os criptoativos detidos pelo governo, com o intuito de transferi-los para o Tesouro dos EUA.
Após a assinatura da ordem executiva, o preço do Bitcoin sofreu uma queda, passando de US$ 90 mil para US$ 85 mil na mesma noite.
Entenda como funcionaria reserva estratégica em Bitcoin
A ordem executiva assinada por Donald Trump visa criar uma reserva estratégica de Bitcoin nos EUA, consolidando todos os bitcoins apreendidos em processos criminais e civis.
Esses ativos seriam armazenados de maneira similar ao ouro ou petróleo, como uma espécie de reserva para o país. Defensores da medida acreditam que essa reserva serviria como proteção contra possíveis crises financeiras, caso as criptomoedas venham a substituir as moedas tradicionais emitidas pelos bancos centrais.
O principal argumento por trás dessa estratégia é que o Federal Reserve poderia, eventualmente, administrar o dólar de forma inadequada, o que faria com que o Bitcoin se tornasse uma reserva valiosa.
Embora seja uma possibilidade considerada remota, o cofundador da Blockworks, Jason Yanowitz, destaca que existe uma “pequena chance” de que tal cenário se concretize, tornando o investimento em Bitcoin uma forma de ajudar a reduzir a dívida nacional.
“Mas, nesse caso, coisas como ouro e Bitcoin se tornam hedges contra a desvalorização do dólar e a inflação.”, explica.
Reserva de Bitcoin dos EUA: sem uso de recursos públicos para novas aquisições
A ordem executiva dos EUA estabelece que a reserva estratégica de Bitcoin será formada exclusivamente com criptomoedas apreendidas pela polícia em investigações criminais. Estima-se que cerca de US$ 17 bilhões em Bitcoin, oriundos de processos legais ao longo dos anos, estão disponíveis para essa finalidade. Tradicionalmente, o Tesouro dos EUA vende esses ativos para compensar as vítimas dos crimes e financiar operações policiais.
As autoridades fizeram questão de ressaltar que o financiamento para a compra de mais Bitcoins não virá de recursos públicos. A ordem, no entanto, permite que os departamentos do Tesouro e do Comércio criem estratégias para adquirir mais Bitcoin, desde que essas aquisições não resultem em aumento do déficit ou da dívida pública.
David Sacks, o czar das criptomoedas, afirmou antes da cúpula de criptomoedas na Casa Branca que o governo só comprará mais Bitcoin caso isso não implique custos adicionais para os contribuintes ou afete negativamente as finanças públicas.