CSAN3 e RAIL3
Rumo (RAIL3) / Foto: Divulgação

As ações da Cosan (CSAN3) e da Rumo (RAIL3) figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta terça-feira (16), após a Cosan anunciar uma transação envolvendo a venda de cerca de 5% do capital da Rumo combinada com a execução de derivativos (total return swap) para manter a mesma exposição econômica.

Apesar do movimento em bolsa, analistas classificaram a notícia como neutra.

Às 17h35 (horário de Brasília), CSAN3 caía 6,27%, a R$ 5,53, enquanto RAIL3 recuava 6,88%, a R$ 14,75, em um dia de baixa também para o índice, que cedia cerca de 2,19%.

CSAN3: venda de participação e uso de derivativos

De acordo com o fato relevante divulgado em 15 de dezembro, a operação está alinhada à estratégia da Cosan de liquidez e gestão de caixa.

A companhia afirmou que a transação não reduz os direitos políticos e econômicos na Rumo, uma vez que a exposição acabou sendo preservada via derivativos.

A Cosan detém 30,3% do capital total da Rumo, participação avaliada em aproximadamente R$ 8,9 bilhões pelos preços mais recentes. A fatia de 5% envolvida na transação equivale a cerca de R$ 1,5 bilhão.

Para o Goldman Sachs, o anúncio não altera a tese. “Além disso, a dívida líquida abrangente (incluindo o passivo relacionado ao swap) não muda materialmente, em nossa opinião”, avaliaram os analistas, destacando que os direitos econômicos da Cosan na Rumo permanecem inalterados.

Liquidez, dívida e contexto

No 3º trimestre de 2025, antes de uma captação de R$ 10,5 bilhões, a Cosan reportava R$ 3,5 bilhões em caixa. O primeiro vencimento relevante de dívida, de R$ 3,7 bilhões, ocorre apenas em 2028, o que reforça a leitura de que a operação buscou flexibilidade financeira.

Analistas também observam que a participação da Cosan na Rumo tem sido tema recorrente em conversas com investidores. Para eles, isso acontece sobretudo, após notícias de que a Ultrapar (UGPA3) teria adquirido cerca de 5% da Rumo por meio de derivativos, reacendendo debates sobre alocação de capital e M&A.

No entanto, a notícia de hoje não implica que a Cosan esteja se desfazendo de sua participação na Rumo”, pontuaram.

O banco mantém recomendação neutra para CSAN3, com preço-alvo de R$ 6. Isso implicaria potencial de alta de 1,7% em relação ao fechamento da véspera.