Produtos siderurgicos

CSN (CSNA3) critica governo e prevê importação forte de aço

Companhia diz que medidas não foram suficientes para conter produto chinês; Benjamim Steinbruch chama governo de ‘lerdo’

CSN
Foto: Reprodução / CSN Cimentos

A CSN (CSNA3) criticou fortemente as medidas anunciadas pelo governo em abril para restringir a importação de aço.

De acordo com a empresa, tais medidas ainda facilitam a entrada dos chineses no mercado brasileiro de produtos siderúrgicos, especialmente aqueles em que a CSN tem uma presença significativa, como os aços revestidos.

“O mercado está bastante acirrado em função do importado. É uma pena que o governo brasileiro continue lento com relação à reação que deveríamos ter aos importados. E digo que não é só no setor siderúrgico”, disse Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, durante teleconferência de resultados do 1T24, realizada nesta sexta (10).

“Temos que estar atentos sobre todos os segmentos que fazem a nossa economia. Não é uma coisa pontual, é uma coisa geral”, acrescentou Steinbruch.

“O governo brasileiro tem a obrigação e de agir rápido no sentido de proteger sua indústria como um todo”, comentou o executivo, afirmando que o problema não acontece só com o setor siderúrgico, mas em vários outros, como automobilístico e de peças.

“Infelizmente, o governo brasileiro, apesar de estar mais atento, ainda está muito ‘lerdo’ no sentido de reagir e muito consciencioso com relação aquilo que tem que ser feito”, disse.

Resultado inverso

Steinbruch expressou críticas em relação às recentes medidas do governo para limitar a importação de aço.

Segundo ele, em vez de evitar a entrada de produtos estrangeiros no Brasil, essas medidas acabaram facilitando ainda mais a chegada de produtos siderúrgicos do exterior, especialmente devido ao método utilizado para determinar a restrição das diferentes classes de aço.

“Em maio e junho provavelmente a importação vai ser muito forte”, prevê o presidente da CSN. “Continua sendo um estímulo a importação, que não faz sentido nenhum e está prejudicando efetivamente a economia toda brasileira”, complementou.

Balanço da CSN foi ‘ligeiramente positivo’, dizem analistas

Em relatório sobre a CSN (CSNA3), analistas apontaram que o balanço do primeiro trimestre de 2024 veio ligeiramente positivo, com destaque para mineração em detrimento do aço. Após a divulgação do resultado, as ações da empresa caíram no Ibovespa.

A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 480 milhões no primeiro trimestre de 2024, correspondendo a uma queda de 42%.

O balanço da organização mostrou uma receita líquida de R$ 9,712 bilhões, correspondendo a uma queda de 19% na receita, na comparação anual, de R$ 9,713 bilhões.

“Como consequência da combinação da sazonalidade do período, que acarreta menores volumes comercializados, especialmente no segmento de mineração, com menores preços praticados tanto na siderurgia, mas principalmente no minério de ferro, com o forte declínio observado no índice de referência”, disse a companhia, de acordo com a “Suno”.

Segundo o Safra, os dados foram melhores para a mineração do que para o aço.

“Os números mais fortes do que o esperado em mineração, cimento, logística e um EBITDA proporcional mais elevado das subsidiárias em conjunto mais do que compensaram os números mais fracos em siderurgia”, escrevem os analistas do banco.

“Esperamos melhores resultados de mineração no 2T24, com maiores volumes de vendas e menos efeitos negativos de preços provisórios, enquanto os resultados da divisão de siderurgia provavelmente permanecerão desafiadores em meio à estabilidade dos preços domésticos e à contínua pressão sobre os custos”, completaram os analistas.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile