Comissão de Valores Mobiliárias

CVM: mercado de capitais "está pronto" para economia mais favorável

Segundo o presidente da CVM, apesar do crescimento, mercado de capitais brasileiro tem potencial para ser "mais robusto"

CVM
Foto: Divulgação

O mercado de capitais está pronto para um cenário macroeconômico mais favorável no Brasil, afirmou o presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliárias), João Pedro Nascimento.

“O Brasil está aguardando o momento oportuno macro para a retomada das emissões, depende de um importante tempero do cenário, mas está preparado para isso”, disse Nascimento ao participar do MKR24, evento sobre mercado de capitais e de investimentos promovido pela Anbima e pela B3.

Nascimento destacou a “revolução” dos fundos, que consolidou 39 normas sob um arcabouço único e a modernização da atividade dos assessores de investimentos (antigos agentes autônomos). Ele atribuiu o crescimento do mercado aos “assessores e à indústria de intermediação.”

Apesar de destacar o incremento no mercado de capitais e nos investimentos, João Pedro chamou atenção para o fato de que 6 milhões de pessoas físicas é muito aquém do potencial.

“Somos o principal mercado de capitais da América Latina, líder do sul global, tem que ter um mercado de capitais mais robusto […] seria conveniente que tivesse pelo menos 10 milhões de participantes para auxiliar o Brasil na pauta do crescimento da economia, geração de empregos, renda e da arrecadação, linearizando oportunidades e tornando o Brasil mais inclusivo”, afirmou.

Agronegócio cresce 8% em um ano no mercado de capitais, diz CVM

A participação do agronegócio no mercado de capitais cresceu 8% em um ano até março, quando o volume total de mercado é considerado, somando R$ 492,91 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (5) pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), na 6ª edição do Boletim CVM Agronegócio.

Só no primeiro trimestre de 2024, a fatia do mercado de capitais que responde ao agronegócio aumentou 2%. Nesse período, o mercado de CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) registrou um crescimento superior à média de mercado: 7,7%.

O patrimônio líquido em CRA alcançou o montante de R$ 140 bilhões. O crescimento em 12 meses é de 26,9%. Com isso, as debêntures são os mais utilizados como lastro na estruturação dos CRAs (cerca de R$ 49,3 bilhões em março), correspondendo a 35% do lastro em estoque.

Já a participação dos fundos de investimentos nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagro) teve queda de 5,5% entre dezembro de 2023 e março de 2024. Segundo o “Valor”, o patrimônio líquido foi de R$ 38 bilhões para R$ 35,9 bilhões, respectivamente.