DBRS, 4ª maior agência de rating do mundo, eleva nota do Brasil

A DBRS Morningstar elevou a nota de crédito do Brasil de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável

A DBRS Morningstar, quarta maior agência de rating do mundo, anunciou, nesta sexta-feira (28), elevação da nota de crédito do Brasil, o chamado de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável.

Esta é a segunda vez nesta semana que uma agência de classificação altera para cima a nota de crédito no país. Na quarta-feira (26), a Fitch, também uma das maiores do mundo do setor, já havia subido a nota de crédito brasileira, de “BB-” para “BB”.

Em junho, a S&P (Standard & Poor´s) manteve o rating soberano do Brasil em “BB-“, ainda em grau especulativo, mas alterou a perspectiva para a nota soberana de estável para positiva. Entre as maiores agências de rating, apenas a Moody’s ainda não revisou a nota do Brasil, o que pode ser feito dentro dos próximos dias.

As decisões servem como um termômetro importante para o mercado financeiro porque indicam que as agências de classificação veem o Brasil com maior capacidade de honrar seus compromissos financeiros.

“Devido a um pacote de medidas de aumento de receita no início deste ano, o déficit primário deve ficar em torno de 1% do PIB, uma melhora em relação ao déficit projetado de 2,3% no orçamento de 2023”, diz a DBRS.

Segundo a agência de risco, o governo brasileiro vem se esforçando para adotar um novo regime fiscal no país, que pretende zerar o déficit primário em 2024.

“Em nossa opinião, mesmo que as metas primárias não sejam alcançadas, o novo arcabouço fiscal sinaliza que os resultados fiscais continuarão melhorando durante o governo Lula”, afirma a agência.

“Reformas nos mercados de crédito, regulamentações trabalhistas e as concessões de infraestrutura podem acabar impulsionando o investimento e a produtividade mais do que o esperado atualmente”, diz a DBRS.

Em seu relatório, a agência de classificação de risco também cita a aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados.

“Além disso, a credibilidade do sistema de metas de inflação do Banco Central foi fortalecida por meio de mudanças institucionais e um histórico sólido”, afirma a agência.

De acordo com a DBRS, apesar dos avanços nos últimos meses, o Brasil ainda enfrenta desafios, como a elevada dívida pública, o déficit fiscal e projeções modestas de crescimento econômico.

Em nota, o Ministério da Fazenda celebrou a decisão da DBRS de elevar a nota de crédito do país. Segundo a pasta, “tais movimentos demonstram percepções de melhora nas condições fiscais e econômicas e o reconhecimento de que as medidas e reformas em curso no país estão no caminho certo”.

Fitch melhora rating do Brasil: o que isso significa para o País?

A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil, em um relatório publicado na manhã de quarta-feira (26). A classificação subiu de “BB-” para “BB”., a perspectiva é estável. Nesse sentido, o assessor de investimentos e responsável pela unidade da SVN BP Investimentos na região Sudoeste da Bahia, David Carneiro, e o assessor de investimentos na WIT Invest, Rodney Ribeiro, avaliaram a decisão e destacaram os principais efeitos.

Ribeiro afirmou que era de se esperar essa melhora no resultado da agência Fitch, uma vez que outras agências também subiram na avaliação do Brasil. “Com certeza esse resultado demonstra uma visão positiva, não necessariamente ligeira, pois conquistar cada degrau no processo de avaliação macroeconômica é um grande desafio”, destacou Ribeiro.

Em suma, essas agências de rating – Fitch, S&P e Moody’s – classificam qual o nível de risco de investir no mercado deméstico e americano, explicou o assessor da SNV BP Investimentos. Carneiro ainda destacou que essas agências, atualizam agora, mas estão olhando para o longo prazo, “prevendo como o mercado deve se comportar para ajudar o investidor global ter um direcionamento do que está acontecendo na economia”. 

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