Mercado

Debênture é principal instrumento de captação, sobretudo para infraestrutura, diz Anbima

Captação no segmento foi de R$ 236,3 bi em 2023, além de crescimento de 61,5% do volume de negociação no mercado secundário

O presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Guilherme Maranhão, afirmou que as debêntures são o principal instrumento de captação no mercado de capitais. Em 2023, a captação nesse segmento alcançou R$ 236,3 bilhões, evidenciando um crescimento de 61,5% no volume de negociação no mercado secundário em relação ao ano anterior.

“Tivemos uma consolidação do mercado de debêntures em 2023. Apesar da redução do volume do ponto de vista de captação na comparação anual, o volume foi de R$ 236 bilhões, com 373 emissões”, destacou Maranhão, durante coletiva de imprensa na quinta-feira (18), quando a associação divulgou números do ano passado.

Ele destaca ainda que em 74 emissões o volume foi maior que R$ 1 bilhão. “Foi um ano de execução de muitos projetos e captação para infraestrutura”, diz.

Os setores de infraestrutura, em particular, são os que mais apresentam demanda por debêntures, conforme destacado pelo executivo da Anbima. No ano de 2023, os setores de energia elétrica, transporte e logística, e saneamento captaram um montante total de R$ 121,4 bilhões por meio desse instrumento. Maranhão enfatiza que “a debênture é o principal instrumento de captação para o mercado de capitais, principalmente na infraestrutura”.

No mercado secundário, o volume de debêntures negociado registrou um aumento de 61,5% em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 444,7 bilhões em 2023, em contraste com os R$ 275,3 bilhões em 2022. Maranhão destaca que o crescimento nas negociações foi especialmente notável no segmento de pessoa física. “É um bolso importante para o financiamento do mercado de capitais”, diz o executivo, acrescentando que a isenção fiscal desse tipo de papel segue como um atrativo para o investidor geral.

De acordo com a Anbima, até 12 de janeiro deste ano, há um volume total de R$ 27,5 bilhões em operações em andamento. As ofertas de debêntures ocupam a posição de destaque na lista, totalizando um volume de R$ 10,71 bilhões.

3R Petroleum aprova emissão de debêntures no valor até R$ 1,3 bi

A 3R Petroleum Óleo e Gás S.A., divulgou nesta quinta-feira (11), a aprovação da 4ª emissão de debêntures, que não podem ser convertidas em ações, em uma única série, com o valor total deté R$ 1,3 bilhão. 

Essa oferta é direcionada exclusivamente a Investidores Profissionais e será intermediada por instituições financeiras, contando com a classificação de risco brA+ pela Standard & Poor’s. 

A remuneração das debêntures será determinada pelo Procedimento de Bookbuilding, correspondendo à variação acumulada de 100% da Taxa DI, acrescida de um spread limitado a 3,00%.  Lembrando que os Ivestidors Profissionais são as pessoas físicas ou jurídicas que possuem investimentos financeiros em valor nominal superior a R$ 10 milhões e também validem por escrito essa condição.

Os recursos arrecadados serão destinados à quitação do resgate antecipado opcional de debêntures da 2ª emissão. Caso haja valores remanescentes, serão utilizados para fins corporativos da Companhia. 

A oferta, de acordo com a Resolução CVM 160, não configura uma oferta, convite ou solicitação de aquisição das debêntures. A Companhia compromete-se a manter os acionistas e o mercado devidamente informados, em conformidade com as melhores práticas de governança corporativa e a legislação vigente.

Além da oferta primária mencionada, há outra transação no mercado de debêntures relacionada aos papéis da 3R Petroleum. O BTG Pactual, Banco XP, XP Investimentos e Itaú Unibanco começaram apresentações aos investidores nesta semana para a comercialização de aproximadamente R$ 644,2 milhões em títulos incentivados da 3R, emitidos em outubro do ano passado.

Neste caso, a operação destina-se ao público em geral ou a investidores qualificados. Os títulos têm vencimento em 2033, com uma remuneração prevista de 8,4166% ao ano. Por ser uma oferta secundária, a empresa não receberá recursos com a venda.