Os prêmios de risco das debêntures incentivadas — que contam com isenção ou redução de Imposto de Renda para investidores — voltaram a cair em julho, ao passo que os fundos de crédito privado mantêm ritmo acelerado de captação. Relatório da área de pesquisa do Banco ABC Brasil, em julho, apontou que os spreads (taxa paga superior ao título público de referência, neste caso, as NTN-Bs) chegaram ao menor nível dos últimos dois anos, recuando de 53 pontos-base para 35.
A gestora e co-chefe de crédito privado da Tenax Capital, Mariana Fenelon, após diversos meses com grande volume em ofertas desses papéis isentos, destacou que o acompanhamento realizado no mercado pela asset apontou uma redução nas emissões primárias de debêntures de aproximadamente 40% entre junho e julho.
A queda ocorreu por diversos fatores. Diversas companhias já haviam antecipado captações relevantes para aproveitar as condições favoráveis de mercado, por exemplo.
Fenelon explicou que, em julho, várias ofertas não puderam ou não conseguiram ser distribuídas diretamente para o mercado via liquidação primária por falta de janela.
“O mercado de debêntures incentivadas segue muito aquecido, mas, em alguns casos, pelo efeito calendário, novos papéis acabaram sendo ofertados ao mercado em negociações no mercado secundário, um pouco depois de as ofertas primárias terem sido encerradas”, disse ela, de acordo com o “Valor”.
Movida (MOVI3) quer captar R$ 340 mi com debêntures
A Movida (MOVI3) comunicou ao mercado, na manhã desta sexta-feira (2), o lançamento de uma oferta de R$ 340 milhões em debêntures, que visa utilizar os recursos para recomprar suas notas comerciais.
Os títulos emitidos pela companhia terão um prazo de quatro anos, com a remuneração a ser definida posteriormente.
A empresa planeja limitar o custo a, no máximo, DI mais 2,3% ao ano — taxa igual à das debêntures emitidas no mês passado pela sua controlada, Movida Locação.