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Debêntures incentivadas batem recorde de R$ 120 bi em emissões no ano

No acumulado do período, o setor de Energia Elétrica continua liderando no ranking de debêntures emitidas, com 39,4%

Investimentos/ Foto: Canva
Investimentos/ Foto: Canva

Através das debêntures incentivadas, as empresas captaram o valor recorde de R$ 120,3 bilhões de janeiro a novembro, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). 

Esse número representa um crescimento de 77,4% em relação ao montante registrado em todo o ano de 2023 (R$ 67,8 bilhões). Em novembro, as ofertas somaram R$ 8,5 bilhões. 

Em 2024, as debêntures incentivadas tiveram os melhores resultados desde 2011, quando foram criadas pela Lei 12.431, segundo o “Valor”. Além disso, o mercado secundário ficou mais líquido no ano e deve continuar com resultados positivos em 2025.

No acumulado do período, o setor de Energia Elétrica continua liderando no ranking de debêntures emitidas, concentrando 39,4% do volume total, seguido por Transportes e Logística (23,5%) e Saneamento (10,1%). 

O setor de Mineração entra na categoria Outros, que este ano responde por 9,2% das emissões, destacou a Anbima ao relembrar uma operação da Vale em novembro. O prazo médio dos papéis alcançou 12,6 anos no período, superando a média de 7,8 anos observada nas debêntures em geral (com e sem benefício fiscal).

Em paralelo a isso, as debêntures incentivadas do mercado secundário, alcançaram o volume recorde de R$ 254,7 bilhões, quase o dobro (crescimento de 97,3%) em relação ao registrado em 2023 completo. 

“Os resultados mostram a evolução desse instrumento ao longo dos anos, atraindo cada vez mais empresas e investidores em uma trajetória sustentável, e ganhando cada vez mais importância na matriz de financiamento dos investimentos em infraestrutura”, afirmou Cristiano Cury, coordenador da comissão de renda fixa da Anbima, em nota, segundo o veículo de notícias.

Debêntures e fundos dominam captação no mercado de capitais

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar, pela segunda vez consecutiva, a taxa Selic para 12,25% em novembro de 2024, deve intensificar os movimentos nos mercados financeiros.

Historicamente, elevações nas taxas de juros tendem a impulsionar a migração de investimentos para ativos de renda fixa, com destaque para as debêntures, já que muitas empresas antecipam suas captações para se proteger de potenciais aumentos nos custos de financiamento.

Por outro lado, os investidores buscam maior segurança, liquidez e previsibilidade, priorizando a preservação de capital.

A tendência de preferência por investimentos mais seguros, como as debêntures, tem se fortalecido, especialmente durante períodos de alta volatilidade no mercado.

O comportamento, que foi observado ao longo de 2024, tende a se acentuar com a recente elevação da Selic, em um contexto de incertezas econômicas, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.