Os deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se dizem contrários à proposta de reforma tributária e prometem se opor à votação. Na última segunda-feira (3), o PL bloqueou a votação do projeto que modifica o funcionamento do Conselho de Recursos da Receita (CARF), que está trancando a pauta na Casa.
Nesse sentido, os parlamentares da sigla dizem que esse já foi um “recado” ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que a mudança nos impostos “não está madura”.
Sendo assim, a oposição entre os bolsonaristas do PL começou a ganhar força no fim de semana, após um post de Eduardo Bolsonaro contra a reforma tributária.
“Já adianto meu voto contrário. O brasileiro não aguenta mais imposto, quanto mais o pobre”, escreveu o filho do ex-presidente, reverberando crítica da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de que a reforma, como está, vai encarecer a cesta básica. O governo contesta essa informação e diz que os cálculos estão errados.
Nesta terça-feira (4), o ex-presidente, Jair Bolsonaro, se manifestou contra a reforma em tramitação na Câmara, esquentando a temperatura do debate. “Reforma tributária do PT: um verdadeiro soco no estômago dos mais pobres”, escreveu Bolsonaro, no seu perfil do Twitter. “Do exposto, o presidente do PL e seu líder na Câmara dos Deputados encaminharão, junto aos seus 99 deputados, pela rejeição total da PEC da reforma tributária.”
De forma reativa, o relator da reforma, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), destacou que não permitirá que o tema seja contaminado por “política radical”. “Não vou entrar na briga de Bolsonaro e Lula nem de ninguém”, disse o deputado, reforçando que a proposta apresentada não é de um partido político ou de esquerda e direita.
‘Conserto’ da reforma tributária
Por outro lado, o deputado Luiz Carlos Motta (SP), membro da ala vista com mais moderada do PL, afirmou que, se o relator aceitar “consertar” o texto à luz das propostas feitas pelo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), “fica mais fácil para defender”.
Vale destacar que o posicionamento do governador paulista, que negocia mudanças no texto na reta final da votação, é vista como a principal peça desse xadrez da oposição.