
Mesmo com o resultado pelo afetado pelo efeito não recorrente R$ 275 milhões relacionado à decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) sobre o Rede Básica do Sistema Existente (RBSE), a ISA Energia (ISAE3;ISAE4) apresentou desempenho dentro do esperado pela Genial Investimentos. Informações via MoneyTimes.
De acordo com a corretora, a empresa avançou no desenvolvimento dos seus projetos e investimentos, movimento que já se refletia no aumento do endividamento, apresentou excelente desempenho no controle de custos gerenciáveis e renovou seu backlog de investimentos aprovados pela Aneel totalizando R$ 5,7 bilhões a serem executados até 2029.
Para a Genial, a discussão sobre o waiver da dívida com o BNDES não deve representar um obstáculo à atual política de distribuição de dividendos da companhia. A casa destaca que esse será um dos pontos centrais a serem gerenciados pela empresa ao longo do ano, dentro de sua estratégia de crescimento e investimentos.
Mesmo com o desconforto com a dívida do BNDES, o segmento de transmissão chega a operar com uma alavancagem de 4,0 a 4,5 vezes com relativo conforto (a exemplo da TAESA) tendo em vista a natureza dos seus negócios, receitas em contratos de longo prazo e reajustados pela inflação.
Segundo o balanço, a empresa apresentou uma queima de caixa (Fluxo de Caixa Operacional – Investimentos em Imobilizado – Pagamento de Dividas) de R$ 1 bilhão. A Genial observa com naturalidade, tendo em vista os investimentos realizados pela empresa em seus projetos em desenvolvimento.
Genial mantém recomendação
A Genial manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 27,30.
O JP Morgan comenta que a ISA Energia reportou resultados em linha com suas estimativas. O crescimento razoável do lucro em base anual era esperado devido à menor receita de “RBSE” no ano.
“O EBITDA foi impactado negativamente em R$ 109 milhões pela reversão de R$ 275 milhões nas receitas de RBSE, em decorrência da decisão da Aneel sobre a disputa em junho, e positivamente em R$ 166 milhões por ajustes na última revisão tarifária”, explica JPMorgan.
O banco manteve recomendação underweight (desempenho inferior ao mercado) e preço-alvo de R$ 25.
O Itaú BBA também avaliou que os resultados recorrentes da ISA Energia ficaram em linha com suas estimativas. A receita líquida reportada foi de R$ 1,029 bilhão, abaixo da projeção do banco e 7,5% menor na comparação anual. No entanto, ao ajustar os efeitos não caixa e não recorrentes da Parcela de Ajuste (PA), a receita líquida alcançou R$ 1,127 bilhão, exatamente conforme a estimativa e 1,4% superior ao registrado no ano anterior.
O banco também destacou que outras empresas sob sua cobertura, como Eletrobras, Copel, Cemig e CPFL, devem registrar efeitos contábeis semelhantes devido à mesma mudança na indenização da RBSE.
No controle de custos, o PMSO (despesas de Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas) recorrente controlável apresentou queda de 2,8% na comparação anual, resultado principalmente da redução de despesas com serviços, honorários advocatícios e manutenção de linhas de transmissão.
O EBITDA consolidado reportado foi de R$ 790 milhões, inferior à estimativa do BBA de R$ 897 milhões. Ajustado pelos efeitos não caixa e não recorrentes, o EBITDA recorrente em caixa ficou em R$ 888 milhões, em linha com a projeção e estável frente ao ano anterior.
O lucro líquido reportado foi de R$ 256 milhões, queda de 40% na base anual e abaixo da estimativa de R$ 307 milhões, impactado principalmente pelos efeitos não caixa e não recorrentes.
Não houve anúncio de dividendos no período, mas o Itaú BBA projeta um dividend yield próximo de 8% para 2025, considerando payout de 75%. O BBA manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 31,51.