O câmbio se distanciou do movimento observado no início do pregão desta segunda-feira (9), à medida que o dólar fechou a sessão com leve queda contra o real. A valorização da moeda norte-americana no exterior, especialmente contra países desenvolvidos, não se sustentou ao longo do dia, e o real ganhou força.
Porém, o pregão foi de liquidez reduzida no mercado de câmbio, inclusive para o dólar, enquanto agentes se preparam para uma bateria de dados nos próximos dias, que também trarão os números da inflação de agosto no Brasil e nos EUA.
Os indicadores podem equilibrar as apostas para a direção dos juros em ambas as economias.
Ao final do pregão, no mercado à vista, o dólar era negociado a R$ 5,5816, registrando uma queda de 0,15%, após ter avançado para R$ 5,6401 na máxima do dia.
Alta flutuação do dólar é ‘problema essencialmente político’, diz especialista
Nos últimos dias, o mercado cambial brasileiro tem vivido uma montanha-russa de variações, refletindo um cenário de incertezas tanto no âmbito interno quanto externo. Na última quinta-feira (22), o dólar atingiu o maior patamar do ano e, no dia seguinte, viu sua cotação recuar significativamente, com uma queda de 1,97%.
Esse movimento brusco tem sido pauta de discussão entre economistas e especialistas, que buscam entender as raízes dessa alta volatilidade e seus desdobramentos para a economia brasileira.
Em entrevista ao BP Money, Luiz Guardieiro, Diretor de Receita da Portão 3, atribui essa valorização à diferença de juros entre Brasil e EUA, além das incertezas econômicas internas, como questões fiscais e políticas.
O especialista ressalta que, em um cenário de dúvidas sobre a estabilidade econômica do Brasil, os investidores demandam um prêmio de risco maior, o que desvaloriza o real e valoriza o dólar.
Pessoa, por outro lado, enfatiza que o problema é essencialmente político. Segundo ele, o mercado antecipa a desvalorização futura do real devido ao desequilíbrio das contas públicas brasileiras.