O dólar à vista encerrou o pregão desta quarta-feira (15) em queda frente ao real, em um dia marcado pela perda de força da moeda norte-americana após dados mais fracos da inflação nos EUA. O CPI (Índice de Preços ao Consumidor) superou a expectativa do mercado, mas o núcleo veio mais fraco do que o projetado.
A divulgação dos dados foi um gatilho para o enfraquecimento global do dólar. Contudo, ao longo do pregão, a moeda norte-americana recuperou parte do fôlego, mas divisas atreladas a preços de commodities resistiram e se destacaram no final da tarde. O real também foi beneficiado pelo preço do petróleo, que avançou mais de 2% na sessão.
Após as negociações no mercado spot, o dólar comercial fechou em queda de 0,36%, negociado a R$ 6,0241, o menor patamar desde 12 de dezembro. Naquele dia, houve a primeira intervenção do BC (Banco Central) no mercado à vista, quando a moeda fechou cotada a R$ 6,00. Na mínima do dia, o dólar comercial se aproximou de R$ 6,01, enquanto na máxima alcançou R$ 6,06.
Já o euro comercial encerrou a sessão em queda de 0,42%, cotado a R$ 6,20. Por volta das 17h05 (horário de Brasília), os melhores desempenhos no exterior vinham do iene japonês, do rand sul-africano e do dólar australiano, conforme apontado pelo Valor.
Notícias Relacionadas
Exterior valorizado
Ibovespa dispara quase 3% com alívio da inflação nos EUA; dólar cai
O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (15) com alta de 2,81%, aos 122.650,20 pontos; o dólar caiu, a R$ 6,02.
Deutsche Bank
Brent pode chegar a US$ 90/barril com restrição de petróleo russo
O Tesouro dos EUA anunciou na sexta-feira (13) novas e abrangentes sanções contra o setor energético russo
Dezembro tem maior saída de dólar desde 1982
A instabilidade do mercado financeiro do Brasil fez o país registrar em dezembro, a maior saída mensal de dólares da história. Em dezembro de 2024, o fluxo cambial atingiu a marca negativa de US$ 26,41 bilhões, como divulgou o BC (Banco Central).
O fluxo cambial encerrou 2024 com um saldo negativo de US$ 18,014 bilhões, configurando a terceira maior saída líquida registrada desde 1982. Esse desempenho só foi superado por 2019, quando o país registrou uma retirada líquida de US$ 44,768 bilhões, e por 2020, no auge da pandemia de covid-19, quando o saldo negativo alcançou US$ 27,923 bilhões.
A série histórica do BC teve início em 1982. A maior saída liquida mensal de dólares havia sido registrada em setembro de 1998 no início do colapso da Rússia, quando US$ 18,919 bilhões haviam deixado um país.
