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Dólar acelera alta após rumor de pacote fiscal abaixo do esperado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve analisar duas propostas de cortes de gastos menores que o esperado, o que impactou o dólar

Foto: Pexels / dólar
Foto: Pexels / dólar

Na sessão desta quinta-feira (7), o dólar à vista acelerou os ganhos ante o real. A moeda  renovou a cotação máxima do dia após notícia de que o novo pacote fiscal do governo pode vier na faixa de R$ 10 milhões e R$ 15 milhões, segundo apuração da “CNN Brasil”.

Por volta das 15h26 (horário de Brasília) o dólar à vista subia 0,68%, a R$ 5,71 na venda. Pouco antes, por volta das 15h52, a moeda já havia alcançado a máxima de R$ 5,72.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve analisar duas propostas de cortes de gastos: uma de R$ 15 bilhões, que atingiria as áreas de Saúde e Transportes, e outra de R$ 10 bilhões, segundo o veículo de notícias.

No momento, os especialistas do mercado afirmam ser necessário um corte de maior valor, em torno de cerca de R$ 50 bilhões, de acordo com a “Reuters”. O fato de o pacote poder ficar abaixo do esperado impulsionou o dólar e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e minou o desempenho do Ibovespa.

Efeito Trump: dólar dispara e deve chegar a R$ 6, dizem especialistas

Depois de quatro anos, Donald Trump retorna à Casa Branca, após a vitória do Republicando ser confirmada no início desta quarta-feira (6), para a presidência dos EUA. A notícia impulsionou o dólar frente ao real, que já vinha apresentando valorizações nas últimas sessões.

Por volta das 12h10 (horário de Brasília) o dólar comercial apresentava um salto de 0,57%, cotado a R$ 5,77. Durante a abertura dos negócios, a moeda chegou a subir quase 2% em relação ao real.

Para somar, o cenário de “Red Sweep” — quando os republicanos levarem a maioria nas duas casas, Senado e Câmara — impulsiona a moeda norte-americana no mercado global. 

O fenômeno é explicado pelas expectativas de maiores juros na gestão Trump, principalmente do âmbito fiscal, visto que o republicano tem traços “expansionista de seu governo, com os ambiciosos cortes de impostos”, explica José Alfaix, Economista Da Rio Bravo.

“O plano de Trump tem um viés bastante inflacionário, que deve ser combatido com maiores taxas de juros, aumentando a atratividade do dólar e dos ativos norte-americanos frente aos pares emergentes”, disse.

Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos explica que com uma abordagem que prioriza a indústria local e exige parcerias comerciais, projeta-se uma valorização do dólar frente a outras moedas de mercados emergentes, como o real.

“Ao olhar para nossa economia, essa valorização da moeda americana pode intensificar as pressões inflacionárias, encarecendo commodities e insumos importados. Se o cenário de aversão ao risco nos mercados globais se mantiver e o fluxo de capitais migrar fortemente para os EUA, a expectativa do dólar chegar a R$ 6,00 torna-se plausível, especialmente diante de uma demanda mais alta por ativos seguros”,  avalia Lima.