O dólar acumula uma queda de 10,4% frente ao real em 2023. A moeda americana encerrou o pregão desta sexta-feira (28) em queda de 0,58%, cotado a R$ 4,731. Ao longo do dia, a mínima foi de R$ 4,696 e a máxima, de R$ 4,743.
Na sessão do dia, o dólar acompanhou o movimento do mercado externo, depois da divulgação de dados mais fracos ou dentro da expectativa dos agentes econômicos sobre consumo, despesa e inflação nos Estados Unidos.
Já o Ibovespa fechou em leve alta de 0,17%, aos 120.187 pontos, nesta sexta-feira (28). Apesar do avanço, o principal índice da Bolsa brasileira (B3) ficou quase no “zero a zero” ao longo da semana, registrando uma queda de 0,02%. No mês, contudo, cresceu 1,78%.
Na sessão desta sexta, a Bolsa, na prática, escapou de uma queda, uma vez que foi fortemente pressionada pela redução de quase 4% no valor dos papéis da Vale, que têm grande peso no Ibovespa. O lucro da mineradora registrou queda de 78,2% no segundo trimestre, de acordo com balanço da empresa, divulgado na noite de quinta-feira (27).
Dólar: queda na Selic pode não impactar na moeda; entenda
A quase certa queda na taxa básica de juros no Brasil não é garantia de que o dólar prossiga com sua tendência de queda no segundo semestre de 2023.
A aposta entre analistas e investidores brasileiros é de que o resultado da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no dia 2 de agosto, deva trazer a esperada redução na Selic, que hoje se encontra em 13,75% e está inalterada desde maio de 2022.
Especialistas ouvidos pelo BP Money alertam que a moeda americana pode não ser afetada por uma redução nos juros. “Se der uma redução de 0,25 pontos o dólar sobe. Se der 0,5 p.p a trajetória continua. O que vem sustentando esse dólar é uma expectativa de queda na Selic, de melhora na economia e mais entra de recursos”, iniciou o analista de investimentos do Andbank, Fernando Bresciani.
Já o CEO do Transfer Bank, Luiz Felipe Bazzo, avalia que no cenário de queda de juros é possível projetar uma queda do câmbio para 2023, já que o dólar “é um indicador importante porque tem grande influência na inflação”.
Porém, ele chama atenção para uma tendência que pode comprometer o desempenho da moeda brasileira. “É importante lembrar também que, sazonalmente, o segundo semestre não é tão positivo quanto o primeiro. Assim, nesta segunda metade do ano, acredito que o movimento do real deve ficar ainda mais ligado ao dólar global. No início do ano, até vimos o real ter um desempenho melhor, mas, no segundo semestre, temos a cabeça de que a moeda brasileira deve oscilar mais em linha com outras divisas”, afirmou.