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Dólar alto: quais setores “surfam bem” nessa onda? 

Com um cenário conturbado que tem elevado o dólar, especialistas respondem ao BP Money quais são as melhores opções de investimentos.

Foto: Unsplash / dólar
Foto: Unsplash / dólar

A Bolsa brasileira não vive seu melhor momento, mas o que já é ruim pode piorar se o dólar seguir valorizando sobre o real. A moeda tem alcançado marcas não vistas há mais de 2 anos, se aproximando dos R$ 5,70 a cada nova sessão. Nesse ritmo, especialistas respondem quais setores ‘surfam bem’ nessa onda que avança sobre o mercado. 

De modo geral, as companhias que trabalham com exportações são as que mais se beneficiam do dólar alto. Os investidores podem ver atração nas vantagens competitivas de empresas desse ramo, como petroleiras, mineradoras, frigoríficos e agronegócio.

Não atoa, na sessão de terça-feira (2), quando o dólar fechou chegou a R$ 5,69 e desacelerou no fim do dia, as 5 maiores altas ficaram por conta desses segmentos.

Primeiro com a PetroReconcavo (RECV3), que subiu 5,49%, seguida da BRF (BRFS3) com avanço de 2,56%, logo depois vieram Minerva (BEEF3), SLC Agrícola (SLCE3) e Marfrig (MRFG3) com altas de 2,39%, 2,35% e 2,22%, respectivamente.

Ao passo que, do lado negativo, a CVC (CVCB3) liderou as perdas em 7,69%, enquanto a Cogna (COGN3) veio atrás com perdas de 7,26%. A São Martinho (SMTO3), Lojas Renner (LREN3) e Locaweb (LWSA3) cairam 4,78%, 2,41% e 2,26%, em sequência.

Isto porque seus produtores, que são cotados em dólar, ficam mais interessantes também para os estrangeiros quando o real está desvalorizado. Sendo assim, as receitas desses segmentos crescem junto, explicou Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus. 

Por outro lado, quem quer proteger seus recursos provavelmente se manterá longe dos segmentos que dependem mais do importações, ou têm dívidas em dólar, pois estes são os que mais podem sofrer com o salto da moeda, frisou André Colares, CEO da Smart House Investments.

“A valorização do dólar implica custos maiores para empresas importadoras e para aquelas com dívidas atreladas à moeda americana, além de pressionar a inflação. No mercado financeiro, isso pode resultar em uma retração dos investimentos estrangeiros e aumento da aversão ao risco”, disse Colares.

“Empresas que importam insumos ou têm custos dolarizados podem enfrentar margens de lucro mais apertadas. Além disso, setores como turismo e educação, que têm receitas em reais e custos em dólar, também podem ser impactados negativamente”, disse Laatus. 

Nesse quadro, as companhias do setor de tecnologia, que ainda é secundário no Brasil, farmacêutico e industrial, segundo Colares,  são alguns dos mais afetados

Enquanto alguns ativos do mercado financeiro estrangeiro, como as bigtechs, Nvidia (NVDC4), Microsoft (MSFT34), Apple (AAPL4) e Amazon (AMZO34) podem oferecer oportunidades sólidas quando se trata de solidez e retorno em moeda forte, o estrategista reforça que os ativos da B3 ainda são relevantes, sobretudo para diversificar o portfólio. 

“A escolha dependerá do perfil de cada investidor e de sua estratégia de longo prazo”, ressaltou Laatus.

“Além disso, o mercado brasileiro oferece valuations atrativos em um cenário global de juros baixos. Investir no exterior pode ser uma boa estratégia de proteção, mas as apostas na B3 continuam válidas”, indicou Colares, seguindo no mesmo caminho.