Câmbio

Dólar atinge maior nível em 15 meses por receio com emergentes

As eleições no México e na Índia pioraram o cenário para as moedas emergentes

Foto: Pexels
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Na sessão desta terça-feira (4), o dólar à vista consegue se manter em alta constante, quase tocando a linha dos R$ 5,30. O movimento da moeda se estrutura em alguns fatores, como a desconfiança dos investidores com os mercados emergentes.

O sentimento cresceu após as eleições no México e na Índia, tornando o dólar uma opção mais viável aos olhos do mercado. A moeda fechou o pregão com alta de 0,98%, a R$ 5,28, seu melhor nível de fechamento desde 23 de março de 2023. 

No entanto, não foi somente o real que se viu derrotado, outras moedas de países emergentes, bem como as divisas relacionadas às commodities também terminaram o dia em baixa, de acordo com o “Valor”.

Próximo das 17h, o dólar valorizava acima dos 1% sobre os pesos colombiano e mexicano, a coroa roeguesa, o zloty polonês e o rand sul-africano. 

EUA: dólar tem melhor desempenho do ano no G10

O dólar dos EUA segue com o melhor desempenho no G10 em 2024, mesmo expressando queda em maio. Ao passo que o iene do Japão foi a moeda mais fraca, o que pode ter relação com a divergência da política monetária global, segundo estrategistas de câmbio do BofA (Bank of AMerica Securities).

“Os dados sólidos dos EUA levaram a uma reavaliação massiva [da postura] do Fed, de sete cortes [de juros] no início do ano para menos de dois”, disse a equipe do BofA.

“A maioria dos outros bancos centrais, incluindo o BCE e o BoE, também passou por uma reavaliação de expectativas, mas [os BCs] ainda estão precificados para começar a cortar os juros mais cedo do que o Fed”, completou.

Mesmo diante da diferença na postura da política monetária, além da queda da inflação, depois do dólar norte-americano a libra esterlina e o euro foram as moedas com melhores desempenhos na lista do G10. Os dados econômicos surpreenderam positivamente, afirmou o BofA.

Para os economistas da instituição, o primeiro corte do juros decidido pelo Fed (Federal Reserve), deve ocorrer em dezembro.