Patamar inédito

Dólar bate recorde histórico ao alcançar R$ 5,91

O dólar comercial teve alta de 1,81%, a R$ 5,91, ultrapassando a máxima nominal histórica que havia alcançado em maio de 2020

Foto: Unsplash / dólar
Foto: Unsplash / dólar

A sessão desta quarta-feira (27) encerrou com uma disparada do dólar, que alcançou um novo recorde ao alcançar o patamar de R$ 5,91, o maior da história.

O que causou esse saltou foi a repercussão de que as medidas de ajuste fiscal que o ministro Fernando Haddad (PT) anunciará em rede nacional às 20h30, deve incluir também a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

O anúncio será feito após reunião com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco, do Senado, e vinha sendo adiado por cerca de um mês.

O dólar comercial teve alta de 1,81%, a R$ 5,91, ultrapassando a máxima nominal histórica que havia alcançado em maio de 2020, quando a pandemia de Covid-19 eclodiu e a moeda chegou a valer R$ 5,90.

A máxima nominal histórica desconsidera a atualização pela inflação, segundo o “Valor”. Durante a sessão, o dólar chegou a crescer até os R$ 5,928.

Ajuste fiscal acende alerta e Ibovespa fecha no vermelho; dólar sobe

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (27) com baixa de 1,73%, aos 127.668,61 pontos, mínima do dia. O dólar comercial subiu 1,80%, a R$ 5,91.

Como vem acontecendo há algumas semanas, o anúncio do pacote fiscal recebeu todos os holofotes do mercado financeiro. Mas desta vez, os investidores se preparam para o pronunciamento oficial do ministro Fernando Haddad mais tarde. Notícias sobre possíveis medidas que devem vir no ajuste não agradaram, por isso, o Ibovespa intensificou a queda durante a tarde.

Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com em baixa de 0,88%, a US$ 106,07.

O Ministério da Fazenda confirmou que Haddad fará um pronunciamento explicando o pacote de corte de gastos às 20h30 desta quarta-feira. No entanto, o que era para animar o mercado teve efeito reverso ao ser noticiado pelo “O Globo” que o governo incluirá também a medida de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

A equipe do governo espera que a iniciativa atenue o desgaste político que o corte de gastos pode causar, inclusive com uma prevista limitação no crescimento do salário mínimo ao mesmo intervalo do arcabouço fiscal, segundo o veículo.

Nesse aspecto, também pode-se considerar que o governo pensa na avaliação do governo Lula, que segundo a Paraná Pesquisas, chegou a 51% de rejeição e 46,1% de aprovação.

Posteriormente, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que além da isenção, a taxação de super-ricos também estará entre as medidas de ajuste fiscal. 

Com isso, a resposta imediata veio através do câmbio, com o dólar chegando a valer R$ 5,92 no decorrer da sessão. Os juros futuros também subiram, derrubando ações dos setores mais sensíveis, como o varejo e a construção.