O dólar comercial opera em queda na tarde desta quarta-feira (20), véspera de feriado. Por volta das 15h00 (de Brasília), a moeda norte-americana caía 1,12%, sendo negociado a R$ 4,61 no mercado.
No exterior, o dólar é influenciado pelas renovadas apostas de juros mais altos nos EUA. O Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) vem indicando adotar medidas mais agressivas para conter a alta crise inflacionária que o país vem enfrentando.
Os mercados olham com atenção para a decisão da China de manter as mesmas taxas de juros para empréstimos de curto e longo prazos. As bolsas asiáticas foram impactadas pela notícia e operaram de forma mista.
No radar dos investidores também está a divulgação dos dados da produção industrial na União Europeia, que teve alta de 0,7% no mês de fevereiro.
Além disso, o mercado se preocupa com a escalada nas tensões entre Rússia e Ucrânia. No final de semana, a capital ucraniana voltou a ser bombardeada depois de um ensaio de volta à normalidade. O presidente do país, Volodymyr Zelensky, afirmou que o exército russo iniciou uma ofensiva para tomar o controle do leste ucraniano. A Rússia, por sua vez, afirmou ter feito mais de 1.200 ataques em solo ucraniano ao longo da madrugada, mais que o triplo do dia anterior.
Dado o contexto geopolítico, o Banco Mundial reduziu a sua previsão de avanço do PIB (Produto Interno Bruto) global em 2022 de 4,1% para 3,2%, prevendo os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia e da pandemia da Covid-19. A informação foi anunciada pelo presidente da instituição, David Malpass, na última segunda-feira (18).
No contexto doméstico, as atenções se voltam para o cenário fiscal, com foco nos impactos do modelo de reajuste para o funcionalismo no mercado. O Executivo sinalizou no início desta semana a possibilidade de novas mudanças em sua proposta diante da pressão de algumas carreiras, que se mostraram insatisfeitas com o reajuste proposto de 5%.
Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 1,05%, a R$ 4,66. O resultado representa uma baixa acumulada de 1,92% na parcial do mês de abril. No ano, a moeda norte-americana registra queda de 16,27% frente ao real.