Apagando os ganhos que teve na véspera, o dólar fechou a sessão desta terça-feira (9) em queda de 1,12%, a R$ 5,41. O movimento vem após o discurso do presidente do Fed (Jerome Powell) diante do Congresso dos EUA.
Powell falou sobre os dados econômicos do país norte-americano, que se mostram mais aquecidos, enquanto o Fed deve pesar os riscos das perspectivas econômicas, antes de tomar uma decisão quando a iniciar o ciclo de corte na taxa de juros.
No quadro nacional, a sessão teve baixa liquidez devido ao feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, onde funciona a B3. No entanto, a Bolsa manteve as operações e os investidores têm mostrado mais apetite ao prêmio de risco no Brasil, movimento que começou na semana passada.
Em outros países do exterior, as falas de Powell, na verdade, levaram o dólar à alta. Segundo o presidente do Fed, a inflação tem melhorado nos EUA e mais “dados bons” fortaleceriam a base para uma redução nos juros.
Porém, ele não deu sinalização de quando uma afrouxamento na política monetária pode ocorrer. Conforme análise do economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, o discurso não revelou nada novo e o cenário deve seguir igual.
“De um lado o Senado, com apelo político, do outro Powell, com uma conduta totalmente profissional e muito cuidadoso; e o terceiro personagem a própria economia, que não vem apresentando nenhuma mudança drástica. Ela vem lentamente desaquecendo, mas não há novo dado que tenha saído nas últimas semanas”, comentou.
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O dólar registrou a tão esperada queda no pregão de quarta-feira (3), após atingir máximas e chegar a um nível recorde desde 10 de janeiro de 2022, quando fechou o pregão a R$ 5,67.
Na sessão do primeiro dia de junho de 2024, o dólar fechou a R$ 5,65. Já na quarta-feira, a moeda encerrou o dia com queda de 1,75%, a R$ 5,56.
A queda se deu por fatores internos e externos. No Brasil, o mercado melhorou os ânimos com a notícia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontraria com membros da área econômica do governo. A finalidade seria discutir cortes nos gastos governamentais.