Após os dados recentes do PIB e da inflação surpreenderem as previsões com um otimismo elevado, os analistas do Goldman Sachs revisaram suas projeções para o dólar e traçaram que a moeda enfraquecerá frente ao real neste ano.
“Embora uma pequena retração após um forte rali seja certamente possível de ocorrer, o dólar frente ao real ainda tem espaço para uma tendência de baixa”, dizem os analistas.
Nesse sentido, o Goldman Sachs destaca que o preço justo do dólar é de R$ 4,40, à medida que a cotação atual é de R$ 4,77, que representa uma queda de 4,5% no acumulado dos últimos 30 dias.
Portanto, a casa aponta que o real possui fôlego para melhorar seu desempenho, sendo negociado com desconto próximo de 10% ante o valor justo estimado pelos analistas.
Os especialistas da casa também afirmaram que os indicadores recentes como pontos cooperaram para a tese.
“No que tange à inflação, a leitura do IPCA de maio surpreendeu com o enfraquecimento ‘periférico’ e apontou para um progresso visível nos componentes do núcleo e de serviços”, afirmaram os especialistas do Goldman Sachs.
Desse modo, para a casa, o cenário econômico impulsionou uma revisão generalizada das estimativas do mercado financeiro, que cortou projeções de juros e de IPCA no Boletim Focus desta semana.
Queda da Selic, como fica o real?
Para Goldman Sachs, mesmo que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decida flexibilizar a taxa básica de juros, a Selic, na próxima quarta-feira (21), o patamar atual de taxas de juros reais e o cenário de inflação seguem favoráveis ao real.
Isto posto, a entrada líquida de recursos para investimentos em renda fixa é destacada como um fator contribuinte para a tese de valorização do Real ante o dólar.
Por fim, a casa cortou a estimativa para o dólar de R$ 4,90 para R$ 4,60 no prazo de três meses e de R$ 4,80 para R$ 4,40 em uma janela de 12 meses.