A sessão do mercado financeiro desta sexta-feira (14) não teve grandes surpresas para mexer com as negociações. Refletindo os ruídos políticos em torno do compromisso fiscal do Brasil, o dólar valorizou frente ao real, pela 4ª semana seguida, avançando 1,08% desde segunda-feira (10).
No acumulado do mês, o dólar já chega a valorização de 2,50%. O quadro político cedeu um leve “conforto” aos investidores, após os elogios do presidente Lula (PT) ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que, segundo rumores, enfrenta um desgaste no governo.
“A moeda americana fechou acima de 5,40 reais na quarta-feira (12) pela primeira vez desde janeiro de 2023, à medida que os investidores perderam confiança no compromisso fiscal do governo, especialmente após o fracasso recente do Executivo em compensar a desoneração da folha de pagamentos no Congresso”, mencionou Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank.
Além disso, a questão do compromisso com a meta de déficit zero segue preocupando os agentes financeiros. Por isso, o cenário para o real contra o dólar melhorou após Haddad afirmar que intensificação dos trabalhos para conter os gastos públicos.
Outro auxílio à moeda brasileira nesta sessão foi o suporte que o presidente da Febraban, Isaac Sidney, demonstrou ao ministro, de acordo com o “Broadcast+”.
Segundo ele, a agenda de equilíbrio fiscal do Ministério “precisará do apoio do próprio governo, do Congresso, do empresariado e do setor bancário”.
Forte alta do dólar: degrau a degrau, aonde vai parar?
A apreensão com os mercados emergentes e a percepção aumentada de risco local resultaram em mais um semana de amargas sessões e desvalorização do câmbio doméstico.
Em apenas dez dias, o dólar já registra um avanço de 2,05% em relação ao real no mês de junho – acumulando uma alta de 10,4% no ano. Com a moeda norte-americana ultrapassando a marca de R$ 5,40, as causas dessa valorização são multifacetadas, envolvendo tanto questões internas quanto externas.
A situação fiscal do Brasil, a política monetária dos EUA e as tensões geopolíticas globais são alguns dos principais fatores que influenciam esse cenário, segundo especialsitas ouvidos pelo BP Money.
Segundo André Colares, CEO da Smart House Investments, um aumento agressivo nas taxas de juros pelo Fed (Federal Reserve), o banco central dos EUA, pode tornar os investimentos em dólar mais atraentes, levando a uma maior demanda pela moeda americana e, consequentemente, sua valorização frente ao real.