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Dólar: estrangeiros fazem menor aposta desde maio, a US$ 65,7 bi

A posição comprada em dólar através dos derivativos pelos estrangeiros decaiu U$ 3,7 bilhões apenas nos três primeiros dias desta semana

Foto: reprodução
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No fechamento da sessão de quarta-feira (25), a aposta do investidor estrangeiro em dólar contra o real atingiu o menor nível desde maio, no valor de US$ 65,7 bilhões, conforme dados dos mercados de derivativos, compilados pela B3.

A posição comprada em dólar mini, dólar futuro, swap e cupom cambial (DDI) pelo investidor estrangeiro estava em US$ 66 bilhões no fim da sessão de terça-feira (24).

A posição comprada em dólar através dos derivativos por essa classe de investidores decaiu U$ 3,7 bilhões apenas nos três primeiros dias desta semana, segundo o “Valor”.

O estímulo à economia chinesa anunciada por seu governo é um dos pilares dessa valorização do real frente ao dólar. No entanto, outro ponto importante é a diferença entre as taxas de juros no Brasil e nos EUA.

Além disso, o BC (Banco Central do Brasil) indicou que deve seguir com decisões duras na política monetária. A tese foi reforçada durante a apresentação do RI (Relatório de Inflação), nesta quinta-feira, segundo o veículo.

Os dados também englobam investimentos em “offshores”, por isso, a leitura de que a posição seria uma aposta contra a valorização do real ainda não é precisa.

Isto porque os investimentos em offshores também podem ser feitos por investidores locais, além de parte desse montante ser ligada a estratégias de “hedge” (proteção), o que indica que a aposta nã seria necessariamente direcional no desempenho da moeda brasileira.

Devido à percepção de risco fiscal no Brasil junto às dúvidas sobre o futuro da política monetária, a aposta chegou a encostar em US$ 80 bilhões, em junho.

Nos últimos dois meses o desmonte sobre a aposta dos estrageiros no dólar contra o real acelerou.

Dólar: queda deve seguir ou haverá valorização?

O dólar apresentava uma leve alta frente ao real nas primeiras horas de negociação desta sexta-feira (20), acompanhando seu fortalecimento em relação à maioria das principais moedas globais e emergentes.

Em contramão com a última sessão desta semana, o dólar apresentou queda durante sete pregões consecutivos. Os investidores no Brasil faziam ajustes em suas posições após as seguidas de desvalorização da moeda norte-americana no país.

Nos últimos meses, a moeda norte-americana tem oscilado, sem conseguir romper o patamar de R$ 5,70, gerando dúvidas sobre a possibilidade de ultrapassar esse valor.

A sócia da Matriz Capital e especialista em mercado de capitais, Aline Rosa explica que o Brasil tem se beneficiado de um cenário de forte fluxo de capital estrangeiro, em parte impulsionado pela resiliência da bolsa brasileira, que atrai investidores em busca de retornos em um momento de volatilidade global.