Dólar: fatores internos e externos ajudam a explicar queda

O dólar chegou a ficar abaixo de R$ 5 em alguns momentos do dia e por volta de 16h50 estava cotado a R$ 5,00

Esta terça-feira (11) foi um dia de euforia no mercado brasileiro. Depois do anúncio de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou em 0,71% em março, abaixo da expectativa do IBGE e do consenso Refinitiv que previa inflação de 0,77%, o clima de otimismo reinou.

O dólar chegou a ficar abaixo de R$ 5 em alguns momentos do dia e, por volta de 16h50 (horário de Brasília), estava cotado a R$ 5,01. Na segunda (10) a moeda estrangeira fechou cotada a R$ 5,06. 

Para analistas ouvidos pelo BP Money, a boa notícia vinda do IPCA e a expectativa em torno dos projetos do governo na área econômica explicam, em parte, a euforia de hoje.  

“Os principais fatores que ajudam para esse fortalecimento do real frente ao dólar são locais, notadamente uma percepção positiva de parte do mercado sobre o cenário fiscal e a respectiva aprovação do novo arcabouço no Congresso Nacional, e o dado de inflação brasileira publicado hoje ligeiramente melhor que o esperado”, avalia o diretor de investimentos da Nomad, Celso Pereira. 

“Vale ressaltar que o dólar vem apresentando esse mês uma tendência de enfraquecimento em relação às principais moedas do mundo. O índice DXY era de 102.204 às 15:37 nessa terça-feira, acumulando queda aproximada de (-) 0.72% nesse mês de abril”, acrescenta Pereira. 

Outra explicação para o bom resultado desta terça vem do exterior. “A desvalorização do dólar não ocorre apenas ante o real, mas também contra outras divisas emergentes, como o peso mexicano e o peso colombiano. O mercado hoje tem uma preocupação de que a economia americana deve entrar em recessão, mesmo que leve, e isso contribui para a desvalorização do dólar no mundo”, disse o CEO do transferbank, Luiz Felipe Bazzo.

Parceiros

“No cenário global, com as altas nos juros nos EUA chegando ao fim e o diferencial de juros favorável, o patamar abaixo de R$ 5 pode ser sustentável”, acredita Bazzo. 

Ibovespa fecha em alta e alcança os 106 mil pontos

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, encerrou a terça-feira (11) em alta de 4,29%, aos 106.213 pontos. O dólar caiu 1,15% aos R$ 5,00.

O desempenho é o maior ganho percentual em um dia desde 3 de outubro de 2022, quando fechou com salto de 5,5% no dia seguinte ao primeiro turno das eleições no país. O volume financeiro no pregão somava R$ 9,2 bilhões, segundo o portal BR Investing.

O motivo está atrelado à divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), principal dado de inflação brasileira, que veio abaixo do esperado e mostrou uma desaceleração em relação ao mês anterior.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA subiu 0,71% em março, o que mostra uma desaceleração após subir 0,84% em fevereiro. Com o resultado, agora somam-se seis meses seguidos de alta.