Dólar fecha a semana em alta, cotado a R$ 5,07, puxado por aumento dos juros

Moeda norte-americana fecha o dia com valorização de 0,86%; no mês tem alta acumulada de 1,50%

O dólar comercial fechou em alta nesta sexta-feira (6), em semana marcada principalmente pela elevação das taxas de juros nos EUA e no Brasil. Próximo às 17h00 (horário de Brasília), a moeda norte-americana valorizou cerca de 0,95%, custando R$ 5,07. A máxima do dia chegou a R$ 5,11.

Durante a semana, o dólar tem se mantido mais forte frente a outras moedas em decorrência dos anúncios referentes ao aumento das taxas de juros no Brasil e nos EUA. O temor do mercado continua mesmo após o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Jerome Powell, ter descartado uma elevação de 0,75 ponto percentual da taxa de juros.

Na quarta-feira (4), o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) anunciou o aumento em 0,5 ponto porcentual de sua taxa básica de juros, o que corresponde a uma alta para um intervalo entre 0,75% a 1%. A medida, apesar de esperada pelo mercado, representa o primeiro aumento desta magnitude em 22 anos.

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Na manhã desta sexta-feira (6), o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou o Payroll, relatório de emprego do país, referente a abril. Segundo os dados, apenas neste mês foram criados 428 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola. A taxa de desemprego, por sua vez, manteve-se em 3,6%, o menor patamar em dois anos. Os resultados vieram acima da expectativa do mercado, considerando o contexto de alta inflacionária no país e no mundo.

No entanto, investidores ainda se mantêm apreensivos quanto à possibilidade de uma recessão, fruto de um aperto das políticas monetárias globais. Nesse sentido, caso o aumento das taxas de juros não seja capaz de conter a inflação, a economia mundial deve ser impactada pela estagflação, fenômeno que tradicionalmente beneficia o dólar.

No contexto doméstico, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou na manhã desta sexta-feira (6) o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI). Conforme os dados, o índice registrou alta de 0,41% em abril, após uma elevação de 2,37% em março. No ano, acumula alta de 6,44%. Em abril de 2021, o IGP-DI tinha subido 2,22%, acumulando elevação de 33,46% em 12 meses.

O movimento de desaceleração foi impactado principalmente com a variação dos preços de combustíveis e commodities agrícolas. Em abril, embora tenha desacelerado o ritmo, a gasolina registrou um aumento de 3,19%. O custo de materiais de construção também exerceu pressão sobre o IGP-DI, ao avançar 0,95% no mês. Na outra ponta, os preços dos produtos agropecuários caíram 2,34% em abril, depois de uma alta de 2,28% em março.

Além disso, o investidor se mantém atento à alta da taxa básica de juros do Brasil (Selic), anunciada na quarta-feira (4) pelo Banco Central (BC). Conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi elevada em 100 pontos base, saindo dos atuais 11,75% para 12,75% ao ano. Esta seria a décima alta consecutiva da taxa, atingindo seu maior patamar em mais de cinco anos. O novo reajuste já era esperado pelo mercado, uma vez que se trata de uma medida para conter a inflação.

Na quinta-feira (4), o dólar fechou em alta de 2,38%, cotado a R$ 5,01. O resultado representa uma alta acumulada de 1,50% no mês. No ano, a moeda tem queda acumulada de 10,01% frente ao real.

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