As negociações do dólar atingiram um nível maior que R$ 5,30 pela primeira vez desde janeiro de 2023. A moeda encerrou a sessão com alta de 1,42%, a RS$ 5,32.
Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, despencou 1,73% e os juros futuros dispararam. No acumulado deste ano, o dólar já subiu cerca de 10%, de acordo com o “O Globo”.
Os dados do mercado de trabalho dos EUA, muito maiores que o esperado pelos especialistas, lançaram uma tensão sobre o mercado.
Com o resultado do Payroll mostrando 272 mil vagas de emprego criadas em maio, ante estimativas de 180 mil, a percepção de que o Fed (Federal Reserve) poderia iniciar o corte de juros em setembro se esvaiu.
Além disso, a situação se complicou ainda mais quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o decreto de regulamentação da meta de inflação contínua será publicado este mês, com pretensão de mudanças por parte do governo federal.
Dólar atinge maior nível em 15 meses por receio com emergentes
Na sessão desta terça-feira (4), o dólar à vista consegue se manter em alta constante, quase tocando a linha dos R$ 5,30. O movimento da moeda se estrutura em alguns fatores, como a desconfiança dos investidores com os mercados emergentes.
O sentimento cresceu após as eleições no México e na Índia, tornando o dólar uma opção mais viável aos olhos do mercado. A moeda fechou o pregão com alta de 0,98%, a R$ 5,28, seu melhor nível de fechamento desde 23 de março de 2023.
No entanto, não foi somente o real que se viu derrotado, outras moedas de países emergentes, bem como as divisas relacionadas às commodities também terminaram o dia em baixa, de acordo com o “Valor”.
Haddad: decreto que muda meta de inflação será publicado em junho
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta sexta-feira (7) que o governo vai publicar ainda no mês de junho o decreto que regulamenta a alteração da meta de inflação.
Ele vai passar o modelo de ano-calendário, vigente nesta data, para um modelo de meta contínua.
“Vai ser antes da decisão do CMN [Conselho Monetário Nacional]”, declarou Haddad em entrevista na sede da pasta em São Paulo. “Conforme eu já tinha dito, não tem nenhuma pretensão de eu tomar uma decisão diferente da que já foi tomada no ano passado”, acrescentou, de acordo com o “InfoMoney”.
Se o decreto não for publicado até a próxima reunião da CMN, o comitê precisará definir a meta de IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumir Amplo) de 2027.
Desde 2023, o colegiado determinou que a meta de inflação seria de 3% em 2024, 2025 e 2026, com 1,5 p.p (ponto percentual) de tolerância para mais ou para menos.