Dólar fecha em alta, cotado a R$ 4,66, após declarações do presidente do Fed

Declarações do presidente do Federal Reserve sobre a taxa de juros foram a pauta do dia

O dólar fechou a terça-feira (19) em queda de 0,36%, sendo negociado na compra e na venda por R$ 4,6688. No fechamento anterior, a divisa estava cotada em R$ 4,6485. Na parcial do mês de abril, o dólar caiu 7,08% em relação ao real. No ano, o acumulado é de 16,21%. 

A terça-feira foi marcada pelas declarações de James Bullard, presidente do Federal Reserve (FED) de Saint Louis. Em evento virtual realizado pelo Conselho de Relações Exteriores, Bullard afirmou que a inflação nos EUA está “alta demais”, e voltou a defender o aumento da taxa de juros para 3,5% até o fim do ano. Os EUA enfrentam a maior inflação dos últimos 40 anos, em decorrência da guerra na Ucrânia. 

O FED, banco central norte-americano, já elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual em março. Especialistas estimam uma faixa de juros de 2,5% a 2,75% no fim do ano, portanto, o aumento proposto por Bullard causou inquietação no mercado. Com a declaração, os rendimentos dos Treasuries, títulos do Tesouro norte- americano, dispararam. 

Já o presidente do FED de Chicago, Charles Evans, disse que os fundamentos da economia americana “estão fortes e ela deve se sair bem.” No entanto, em relatório do Goldman Sachs divulgado na segunda-feira (18), o banco estimou 15% de chance do país entrar em recessão em 12 meses e 35% de chance em 24 meses. 

Também está no radar dos investidores a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia. O exército Russo afirmou que iniciou a “segunda fase” da guerra, com nova ofensiva na região leste da Ucrânia. As tropas russas quadruplicaram o número de bombardeios em território ucraniano, realizando 1.260 ataques durante a madrugada.  

No cenário local, pesam na variação do dólar os preços das commodities e a inflação. O petróleo caiu 5,19% da terça-feira, com o barril de Petróleo Brent sendo comercializado a US$ 107,31. A alta da inflação no Brasil também preocupa, após a divulgação do índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o índice subiu 1,84% na segunda semana de abril em relação à semana anterior.