Corte de gastos no radar

Dólar fecha com forte queda após sinalizações de Lula 

O mercado doméstico se animou com as indicações em direção a um corte de gastos

Foto: Pexels
Foto: Pexels

Após as fortes altas que levaram o levaram a quase R$ 5,70 nesta semana, o dólar fechou a sessão desta quarta-feira (3) com fortes perdas de 1,71%. Dentre as razões para esse movimento estão as indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a perspectiva de corte nas despesas do governo.

Lula e Fernando Haddad, ministro da Fazenda, deram declarações antes da reunião realizada entre o presidente e membros do governo na tarde desta quarta-feira, justamente para discutir meios de frear a alta do dólar, bem como possibilidades de redução de gastos públicos.

O mercado doméstico se animou com a atitude, visto que o Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, valorizou 0,70%, enquanto papéis de setores mais propícios à alta do dólar caíram, com os frigoríficos liderando as quedas.

No cenário externo, a moeda norte-americana teve uma correção global, favorecendo as moedas de países emergentes. Isto ocorreu após os indicadores econômicos dos EUA sinalizarem um enfraquecimento no mercado de trabalho e setor de serviços do país.

Lula: “é preciso fazer alguma coisa” em relação à alta do dólar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (2), que “é preciso fazer alguma coisa” em relação à alta do dólar frente ao real.

Lula, porém, não deu detalhes sobre o que deve ser feito, segundo ele, “porque senão estarei alertando meus adversários”.

O presidente disse ainda que há um ataque especulativo ao real e que voltará a Brasília na quarta-feira (3) para discutir o que fazer em relação à alta da moeda norte-americana.

Na véspera, o dólar à vista ultrapassou a barreira dos R$ 5,65 e encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio. O real, por sua vez, teve o pior desempenho global no 1º semestre de 2024, com queda de 13,17%.

 Haddad atribui alta da moeda a ‘ruídos’ 

No dia em que o dólar atingiu R$ 5,65, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a recente valorização da moeda americana é influenciada, entre outros fatores, pela comunicação do governo. 

“Apesar da desvalorização ter acontecido no mundo todo, de uma maneira geral, aqui aconteceu uma coisa que foi maior do que nos nossos pares. Atribuí isso a muitos ruídos. Eu já falei isso no Conselhão, precisamos comunicar melhor os resultados econômicos que o País está atingindo”, afirmou na última segunda-feira (1º) a jornalistas.

Segundo Haddad, a taxa de câmbio deve se estabilizar à medida que as decisões sobre os gastos do governo forem finalizadas. “Acredito que haverá uma acomodação, pois quando esse processo se concluir, a tendência é que a alta do dólar se reverta”, explicou.