O dólar comercial fechou em alta nesta quinta-feira (5), voltando a atingir o patamar de R$ 5. Próximo às 17h00 (horário de Brasília), a moeda norte-americana valorizou cerca de 1,95%, custando R$ 5,01. A máxima do dia chegou a R$ 5,05.
A alta do dólar registrada durante toda a sessão de hoje ocorre em meio a elevação da taxa de juros nos EUA. Na quarta-feira (4), o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) anunciou o aumento em 0,5 ponto porcentual de sua taxa básica de juros, o que corresponde a uma alta para um intervalo entre 0,75% a 1%. A medida, apesar de esperada pelo mercado, representa o primeiro aumento desta magnitude em 22 anos.
O aperto monetário proposto pelo Fed se trata de uma tentativa das autoridades norte-americanas de conter a disparada da inflação no país, que chega em seu maior patamar em 40 anos.
Além disso, ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, descartou uma elevação de 0,75 ponto percentual da taxa de juros norte-americanos na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). A notícia foi recebida de forma positiva pelos mercados nesta quinta-feira (5).
O preço do petróleo mantém a alta observada durante a sessão, com o barril Brent cotado acima dos US$ 110. Os preços da commodity vêm sendo impactados desde ontem, quando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que os países europeus planejam deixar de comprar petróleo da Rússia em até seis meses.
Na Europa, o Banco da Inglaterra (BoE) anunciou hoje o quarto aumento seguido nos juros britânicos, elevando as taxas para 1%, de 0,75%. Além disso, conforme o anúncio de autoridades monetárias, a economia do Reino Unido deve registrar um recuo de 0,25% em 2023. A projeção de crescimento, antes de alta de 1,25%, foi recebida com cautela pelo mercado europeu.
No contexto doméstico, o investidor se mantém atento à alta da taxa básica de juros do Brasil (Selic), anunciada ontem pelo Banco Central (BC). Conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi elevada em 100 pontos base, saindo dos atuais 11,75% para 12,75% ao ano. Esta seria a décima alta consecutiva da taxa, atingindo seu maior patamar em mais de cinco anos. O novo reajuste já era esperado pelo mercado, uma vez que se trata de uma medida para conter a inflação.
Na quarta-feira (4), o dólar fechou em queda de 1,26% cotado a R$ 4,90. O resultado representa uma alta acumulada de 0,86% no mês e uma queda acumulada de 12,10% no ano frente ao real.