Dólar fecha em alta, cotado a R$ 4,87, com restrições na China e inflação em foco

A adoção de medidas mais restritivas na China e a possibilidade de aumento de juros para conter a inflação foram os destaques do dia

O dólar fechou a segunda-feira (25) em alta de 1,74%, sendo negociado na compra e na venda por R$ 4,8777. Durante o dia, a divisa chegou a subir 2,99%, batendo os R$ 4,95, máxima em mais de um mês. 

A variação do dólar à tarde foi influenciada pela melhora dos índices de Wall Street, que voltaram a operar no positivo durante a tarde, o que ajudou a reduzir a demanda pela moeda nos EUA. Os mercados mundiais amanheceram com as notícias vindas da China de que o país asiático adotou novas medidas restritivas para conter surtos da covid-19. As informações fizeram com que as Bolsas asiáticas e europeias recuassem.

Em Xangai, o centro financeiro da China que já se encontra em lockdown, moradores de algumas partes da região oeste estão proibidos de sair. Além disso, a cidade voltou a adotar o toque de recolher. O lockdown em Xangai e a adoção de medidas em outras cidades pode gerar graves consequências para a economia global, pressionando as cadeias de suprimentos e aumentando a inflação de combustíveis. 

O preço das commodities também foram afetados pelas notícias, com o Petróleo Brent recuando 3,42%, custando US$ 102,52 o barril. Na sexta-feira (22), o dólar fechou cotado a R$ 4,8051, o que representou alta de 4%. Com isso, o Banco Central (BC) realizou um um leilão de venda de dólares. A venda de US$ 571 milhões ajudou a tirar a pressão do dólar à vista.

Influenciam também no desempenho do dólar as declarações de Bancos Centrais ao redor do mundo acerca do aumento das taxas de juros como medida para conter a inflação. No Brasil, Roberto Campos Neto, presidente do BC, reforçou a intenção de aumentar a Selic em um ponto percentual em maio.

No exterior, Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), sinalizou que a autoridade monetária deve aumentar a taxa de juros em meio ponto percentual na próxima reunião do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto). Além disso, Powell indicou que movimentos parecidos poderão ser necessários no futuro. 

Além do dólar, as bolsas de Nova York recuperam as perdas do dia e operam em alta. O Dow Jones tem alta 0,70%, enquanto o S&P 500 e o índice Nasdaq sobem 0,57% e 1,29%.