Até onde vai?

Dólar mais baixo não deve durar muito, diz economista do UBS

Na visão do economista-chefe do banco suíço UBS, Arend Kapteyn, o dólar não está em rota de queda por conta da política tarifária de Trump

Dólar tem nova queda e chega a R$ 4
Foto: Dólar / Divulgação

O dólar tem engatado recuos consecutivos desde a posse de Donald Trump nos EUA, caminhando para sua sétima sessão em queda nesta terça-feira (28). A moeda voltou à casa dos R$ 5,80, no entanto, devido aos ganhos expressivos de 27% no ano passado, o desempenho atual representa apenas um ganho marginal para o real.

Na visão do economista-chefe do banco suíço UBS, Arend Kapteyn, o dólar não está em rota de queda por conta da ausência de imposição das tarifas de importação dos EUA a outros países. 

A perda de força da moeda está respondendo mais à expectativas sobre a trajetória dos juros nos EUA e na Europa, com base nos dados econômicos mais recentes, do que a políticas de Trump, é no que acredita o economista, segundo o “Valor”.

O executivo deu entrevista a jornalistas durante a conferência sobre investimentos para a América Latina do banco (LAIC), realizada em São Paulo.

Com os últimos dados sobre a economia americana apontando para a continuidade do processo de desinflação no país, os investidores voltaram a apostar em mais de um corte dos juros nos EUA neste ano, o que diminuiu a força da moeda.

Mesmo que o Brasil esteja longe do alvo de tarifas específicas de Trump, que mira especialmente a China, sua rival mais direta, as tarifas universais que o mandatário deseja impor não deixaram de ser uma possibilidade. 

Por isso, na avaliação de Alejo Czerwonko, diretor de investimentos de mercados emergentes nas Américas da divisão de gestão de fortunas do UBS, o real deve chegar a R$ 6,20 a R$ 6,40 entre o meio e o final deste ano.

“Esperamos essa cotação como uma junção da resiliência da força global do dólar, as tarifas de Trump e a questão fiscal, que permanece um desafio. O governo não está dando sinais na direção certa da responsabilidade fiscal, que é calcanhar de aquiles do Brasil”

Czerwonko acredita que o Brasil precisará de muita diplomacia e planejamento para manter as boas relações que tem com a China, EUA e a União Europeia.

Dólar recua a um patamar não alcançado desde novembro

O mercado de câmbio tem causado surpresas desde a última semana, com o dólar fechando repetidamente em queda. Nesta sessão, a moeda estrangeira opera com recuo de 0,82%, a R$ 5,86, por volta das 14h25 (horário de Brasília) um nível de cotação que não alcançava desde o dia 27 de novembro. 

O dólar tem sentido nos últimos dias o efeito das incertezas do mercado financeiro quanto às políticas tarifárias de Donald Trump

O novo presidente dos EUA tomou posse na última segunda-feira (20), mas ainda não impôs as temidas tarifas de importação em níveis expressivos, que vinha prometendo desde a campanha eleitoral.

Além disso, desde a sessão da véspera, incide sobre o dólar um outro fator que abalou os principais índices acionários dos EUA: o lançamento e popularização da DeepSeek. 

A nova plataforma de assistência com IA (inteligência artificial) chinesa provocou a liquidação em massa das ações das bigtechs, o que causou perdas profundas ao Nasdaq e ao S&P 500 na segunda-feira (27). 

A razão da comoção é que o modelo de IA da empresa utiliza menos custos, o que tem feito os investidores ponderarem sobre a suposta dominância das empresas ocidentais no setor.

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